Desconhecimento afeta prática do Estatuto da Criança e do Adolescente

Análise é da coordenadora da Pastoral do Menor Arquidiocesana. Evento discutiu os desafios da legislação que completou 35 anos

A ocorrência foi registrada na sexta-feira (22). A Polícia Militar foi acionada pelo Conselho Tutelar.

Apesar dos 35 anos de existência, ainda há muito a se fazer a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Este foi o ponto-chave de um seminário sobre o assunto promovido pela Pastoral do Menor da Arquidiocese de Juiz de Fora.

A Coordenadora da Pastoral do Menor da Arquidiocese e da Região Sudeste da CNBB, Alessandra Cristina de Castro, alerta que a lei é mal interpretada por falta de conhecimento.

“E por infelizmente desconhecerem, a lei é frequentemente mal interpretada pelo senso comum, que a vê como uma lei de impunidade, quando na verdade ela estabelece direitos e deveres, tem caráter punitivo e é um instrumento de proteção integral como a prioridade absoluta da família, da sociedade e do Estado. A lei redefine a criança como sujeito de direitos e não como objeto de tutela e prevê mecanismos como os Conselhos Tutelares e conselhos de direitos, para garantir a aplicação.”

Coordenadora Nacional da Pastoral do Menor, Marilda dos Santos Lima, falou em seminário sobre os 35 anos do ECA

A Coordenadora Nacional da Pastoral do Menor e colaboradora na formulação do próprio Estatuto, Marilda dos Santos Lima, avalia que a criança ainda não é prioridade na sociedade atual.

"É muito importante esse momento dos 35 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente numa sociedade que ainda não colocou essa criança e adolescente como prioridade absoluta. Nós, enquanto igreja pastoral, tivemos no passado e temos ainda hoje um papel fundamental nesse processo de construção da doutrina de proteção integral, em uma sociedade centrada nas questões dos adultos.”

O evento contou com representantes da Pastoral do Menor; Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA); Conselho Tutelar; Fórum Dedica; Ministério Público; Vara da Infância e da Juventude; Prefeitura de Juiz de Fora e Câmara Municipal.

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Joubertt Telles é graduado em jornalismo pelo Centro Universitário Estácio Juiz de Fora, em 2010, e possui curso de Processo de Comunicação e Comunicação Institucional pela Fundação Getúlio Vargas. Trabalha na Itatiaia Juiz de Fora desde 2016, como repórter e apresentação. Prêmio Sindicomércio de Jornalismo 2017, na categoria rádio. Prêmios do Instituto Cultura do Samba como destaque do jornalismo local, em 2016 e 2017. Já atuou na Rádio Globo Juiz de Fora, TVE e Diário Regional, além de ter desempenhado função de assessor parlamentar na Câmara Municipal de Juiz de Fora.

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