Juiz de Fora comemora neste sábado (31), 175 anos de fundação. No entanto, a equipe da animação “Juiz de Fora através dos séculos” decidiu olhar para antes do município existir. E refletir sobre a mudança e transformação do tempo dos povos originários até a correria atual.
Assim, surgiu a websérie que terá três episódios com 20 minutos de duração; com financiamento do Fundo Nacional de Cultura, do Governo Federal e apoio da Lei Paulo Gustavo, executada pela Fundação Alfredo Ferreira Lage. A pré-estreia do episódio piloto será em sessão às 20h no Mercado Cultural MC AICE, no Mercado Municipal. Os ingressos devem ser retirados uma hora antes no local.
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Para mergulhar nesta viagem viabilizada pela tecnologia, a Itatiaia conversou com o diretor da animação, Leonardo Amorim, sobre a imersão poética no passado do município.
Desde antes de ser Juiz de Fora
Juiz de Fora tem 560 mil habitantes, principal município da Zona da Mata e um dos maiores de Minas Gerais. Na rotina dos engarrafamentos, ônibus lotados, entre aulas e trabalhos, fica até difícil imaginar, mas, sim, há muitos anos, tudo isso era mato.
Mata Atlântica, para maior exatidão, cujo fragmento mais expressivo atualmente é a Mata do Krambeck. O que hoje é minoria, três séculos atrás, ainda era predominante, natureza e os povos originários, as tribos indígenas que viviam na Zona da Mata.
Até que outros chegaram, os europeus, pela colonização ou imigração; os africanos, pela escravização. A mata abriu espaço para residências, que foram se multiplicando até se transformarem nos prédios, comércios, estacionamentos, casas e outros imóveis que podem ser vistos pela janela lateral durante a ida ou a volta do trabalho.
Tudo isso exigiu da equipe muito trabalho, para transformar informações e história em uma animação, como conta o diretor Leonardo Amorim.
“Com esse projeto nós nos propomos a criar uma animação para contar a história da cidade de forma lúdica. Então o processo criativo teve muita pesquisa por trás. Essa animação é o resultado de muitas escutas, de muitas idas a arquivos, a bibliotecas. Foi um desafio imenso”.
“Juiz de Fora Através dos Séculos” será uma webserie com três episódios
As vidas que escreveram história
A animação se apoia nas pessoas que construíram Juiz de Fora. Por isso, provavelmente, o público vai reconhecer alguns nomes que eram citados no tempo da escola ou que esbarra por aí em ruas e monumentos.
O diferencial da narrativa de “Juiz de Fora através dos séculos”, segundo Leonardo Amorim, é ampliar a perspectiva incluindo aqueles que não foram contemplados pela narrativa comum.
“Na escolha dos personagens, a gente quis mostrar não só aquelas pessoas que têm os nomes estampados nas placas das ruas, das praças, dos museus, mas também os trabalhadores, os povos originários e as pessoas que marcaram aí as esquinas da nossa cidade. Então é uma animação de muitos personagens, é um ensemble”.
Animação “Juiz de Fora através dos séculos” teve financiamento do Fundo Nacional de Cultura e apoio da Lei Paulo Gustavo,
Olhar para trás caminhando para frente
O lançamento da série animada é um dos eventos da programação do aniversário de Juiz de Fora. Mais que isso, faz parte dos eventos no dia em que o município completa 175 anos. Leonardo Amorim fala sobre a convergência costurada pela tecnologia entre Arte, História, Pesquisa em prol da Memória.
“Estar lançando essa animação dentro da programação do aniversário de Juiz de Fora é muito simbólico, porque é como dar um presente para a cidade. Mas também com um pedido de que a gente olhe com mais cuidado para o nosso passado. E que a arte e a tecnologia possam ser uma ponte para isso, para que a gente continue a valorizar e a lembrar sobre a nossa história e o nosso passado. A pré-estreia é neste sábado (31), às 20h. E nós esperamos vocês”.
"É como dar um presente à cidade”, diz Leonardo Amorim, diretor, sobre estreia do episódio piloto de “Juiz de Fora Através dos Séculos”
Parabéns, Juiz de Fora!
Além de conversar com o diretor Leonardo Amorim, a Itatiaia foi às ruas para ouvir a população sobre os 175 anos de Juiz de Fora. Ouça a matéria de Désia Souza e Joubertt Telles.