Nesta quarta-feira (11) foram divulgadas novidades sobre as denúncias envolvendo a empresa Phormar, de Juiz de Fora. Ela é alvo de investigação da Polícia Civil e da Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), após denúncias de contratos não cumpridos.
O delegado responsável pelo caso, Samuel Neri, explicou o andamento das investigações em coletiva à imprensa nesta quarta-feira (11). Até o momento, serão analisados cerca de 150 contratos, com montante que varia de R$ 10 milhões a R$ 12 milhões.
Também na Delegacia de Polícia Civil, em Santa Terezinha, o proprietário da Phormar, Luiz Henrique Resende de Queiroz, se pronunciou sobre o caso, falando sobre a origem dos problemas e deu a versão a respeito de movimentações bancárias nas contas dos fundos de formaturas.
As investigações da PC continuam. Na coletiva foi anunciado que os contratos pendentes serão cumpridos porque o Grupo Vision, de Montes Claros, firmou parceria com a Phormar, o que está viabilizando os eventos previstos.
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Luiz Henrique Resende de Queiroz, dono da empresa Phormar, conversou com a imprensa
Proprietário da Phormar se pronuncia pela primeira vez
O proprietário da Phormar, Luiz Henrique Resende de Queiroz, conversou com a imprensa. Ele explicou que ficou em silêncio e fechou a empresa, no primeiro momento, por segurança e para entender toda a situação. O empresário detalha todo o processo.
“A Phormar continua, a gente não parou. Quando saiu o vídeo falando que a gente estava fazendo várias situações equivocadas, ilícitas, tudo que eu tinha a receber na empresa parou. Então tenho aqui na minha mão R$ 6 milhões que entrariam na empresa até 31 de dezembro desse ano, que seria para pagar as festas de janeiro agora. Minhas contas estão todas bloqueadas, pessoa física, pessoa jurídica, eu vim aqui entreguei passaporte, nunca quis fugir de ninguém, só que eu não estava na hora de mostrar a cara”.
Sobre as movimentações bancárias, Luiz Henrique deu a sua versão. “A gente tem que entender isso de uma forma mais clara um pouquinho, entendeu? O que seria uma movimentação indevida? Por exemplo, eu tenho acesso à sua conta? Não, não tenho. Então, isso está em inquérito, vai ser analisado e assim, eu estou aqui para responder o que for. Se eles entenderam que sim, sim. Se eles entenderam que não, não. Mas está em inquérito”.
Investigação continua, garante delegado
Em coletiva, o delegado responsável pelo caso, Samuel Neri, esclareceu que o inquérito segue em apuração, buscando não somente uma possível responsabilidade criminal, mas no cumprimento dos contratos firmados com os fundos de formatura.
Foram apreendidos documentos, computadores e telefones da empresa. Segundo o delegado, em torno de 150 contratos de fundos de formatura serão analisados individualmente. O montante dos contratos tem um somatório de entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões. Samuel Neri diz que, neste momento, não dá para afirmar se aconteceu de fato o crime de estelionato.
“Segundo ele alegou é que, até então, por mais que tenha ocorrido irregularidades nesse giro econômico de capital de forma indevida, a atividade da Phormar era viável. Com a situação alarmante, como muitas pessoas não pagaram o que deveriam pagar, muita gente antecipou o que deveria ser no futuro, tornou inviável. Eu vou avaliar caso a caso se o dinheiro sumiu anteriormente, se havia dolo anteriormente ou não. Mas, para o estelionato, o dolo tem que ser anterior à obtenção da vantagem devida. Por uma empresa que trabalha por 28 anos, me chama a atenção de que não seria, e o que está se redesenhando hoje com relação ao formar e com relação ao investigado, que não é essa a intenção”.
Delegado Samuel Neri deu detalhes sobre apuração das denúncias contra a empresa Phormar
Em relação às movimentações bancárias relatadas pelos fundos, conforme o delegado, o proprietário da empresa explicou que usou como capital de giro e se comprometeu a realizar todos os eventos.
“Ele usou muito disso como capital de giro, não em proveito próprio, mas para manter a empresa ativa. Então, tirando de um lugar para cobrir outro, segundo ele alega, a Phormar não deixou de entregar até hoje nenhuma festa. Pode ter boletos antigos, mas nenhum sonho, segundo ele, deixou de ser realizado. E o compromisso que ele assume com a Polícia Civil é que nenhum sonho deixará de ser realizado. Nenhuma formatura deixará de ser realizada”.
Parceria com empresa de Montes Claros pode viabilizar os eventos
O proprietário Luiz Henrique Resende de Queiroz contou que o grupo Vision, que faz parte da Associação Brasileira de Empresas de Formatura (Abeform), entrou em contato e ofereceu apoio para viabilizar as festas neste período.
“O grupo Vision nos procurou e falou assim ‘nós temos que conter esse momento e estamos te oferecendo uma parceria para a gente continuar com a Phormar, nós estamos comprando os contatos da Phormar’. Então assim, a gente está muito tranquilo,mesmo com as contas da Phormar todas bloqueadas ainda, nós já conseguimos acertar praticamente todos os eventos do mês de dezembro. E o mês de janeiro vai acontecer tudo normal, todas as festas vão acontecer, a maior naturalidade possível”.
Até o momento, de acordo com o delegado Samuel Neri, a empresa de Montes Claros pagou R$ 500 mil a fornecedores, o que garante a realização das festas já a partir desta quinta-feira (12).
“O Grupo Vision viabilizou as festas de sexta-feira (13), que vai ser em Búzios, viabilizou a festa de quinta, caso os formandos queiram, e da semana que vem. Então, todos estão sendo feitos. Nós estamos no olho do furacão. Então, a empresa está se comprometendo, está comprovando, e isso é uma exigência minha, que eles estão arcando com esse compromisso”, afirmou delegado Samuel Neri.
Ainda segundo o delegado, a Polícia Civil atua na investigação e na mediação dos casos. Ele citou que, caso o fundo não aceite mais a festa, pode requerer o ressarcimento. A decisão vai ficar a critério de cada fundo.