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Do interior do Nordeste às quadras da Europa: a trajetória de Dani Sousa

Dia do Nordestino é celebrado em 8 de outubro e atleta é um dos grandes personagens da região

Dani Sousa em ação pelo FSF Castro

O Nordeste é um verdadeiro celeiro de grandes atletas que marcaram a história do esporte brasileiro. Da pista às quadras, do gramado aos ringues, nomes como Marta (Alagoas), Rayssa Leal (Maranhão) e Popó (Bahia) são apenas alguns exemplos da força e do talento da região.

Nesta terça-feira (8) é celebrado o Dia do Nordestino e Daniella Oliveira Souza é mais um grande talento da região com uma trajetória de sucesso no esporte. Mais conhecida como Dani Sousa, ele é uma das brasileiras mais consolidadas no futsal europeu.

Natural de Rio de Contas, no interior da Bahia, Dani deixou o Nordeste para brilhar nas quadras da Europa e, ao mesmo tempo, transformar a própria vida por meio dos estudos.

Formada em Educação Física e Fisioterapia, ela enxerga o corpo humano além dos pés que a conduzem dentro das quatro linhas. Mesmo com uma carreira vitoriosa no esporte, a atleta já projeta o futuro fora das quadras.

“O futsal foi minha porta de entrada para a vida. Graças a ele, pude estudar, me formar e descobrir outras áreas pelas quais me apaixonei, como a fisioterapia hospitalar”, contou Dani.

Trajetória no Futsal

Inspirada por um tio que jogava profissionalmente, Dani cresceu cercada pelo amor ao esporte. Antes de cruzar o oceano, colecionou conquistas no futsal brasileiro.

Foi campeã mineira em 2014 pelo Filadélfia, de Governador Valadares, voltou ao Nordeste para atuar no LEM Vento em Popa, de Luís Eduardo Magalhães, onde conquistou o Campeonato Baiano de 2015 e levou o time ao terceiro lugar na Taça Brasil, um feito histórico para o futsal feminino baiano.

No Rio Grande do Sul, defendeu a AFF Celemaster, onde faturou o título gaúcho em 2016 e o vice-campeonato da Taça Brasil em 2017.

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O talento e a dedicação abriram portas internacionais. Em 2018, Dani embarcou rumo à Espanha, para jogar no Poio Pescamar, clube da Galícia. A adaptação não foi fácil: o idioma, o clima e até a mudança de posição — de ala/fixa para pivô — exigiram paciência e esforço.

“Esses anos na Espanha me ensinaram resiliência e confiança. Cada desafio me fez crescer, dentro e fora das quadras”, relatou.

No Poio, Dani se tornou capitã e maior artilheira da história do clube, com 89 gols marcados em cinco temporadas. Em 2023, iniciou uma nova etapa no FSF Castro, também na Galícia, mantendo-se entre as brasileiras mais destacadas do futsal europeu.

Em janeiro de 2024, veio o reconhecimento máximo: a convocação para a Seleção Brasileira de Futsal Feminino, participando da preparação para a Copa do Mundo da modalidade, que será disputada entre novembro e dezembro deste ano.

Planos para o futuro

Além da bola, Dani carrega o desejo de cuidar das pessoas e sonha em seguir como fisioterapeuta hospitalar, ajudando pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no processo de reabilitação após tratamentos longos e internações.

“Conhecer meu corpo, saber como prevenir lesões e melhorar minha performance me deu segurança e longevidade na carreira. Além disso, posso ajudar minhas colegas, orientando cuidados físicos e de recuperação”, disse.

“O esporte me deixou mais forte, me ensinou disciplina e, principalmente, me permitiu ajudar minha família, que sempre esteve ao meu lado”, complementou.

Lincoln Oriaj é correspondente da Itatiaia em Salvador e cobre o futebol do Nordeste. Além de contar histórias sobre o esporte na Bahia, possui experiência com cobertura de grandes festas como Carnaval e São João. Antes da Itatiaia, fez a ASCOM do Botafogo/BA e colaborou em TVE, ge.globo e Jornal A TARDE.