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De acordo com a Dra. Flávia Magalhães, especialista em prevenção e reabilitação de atletas, o tempo de recuperação para esse tipo de lesão varia entre três e seis semanas. O período pode oscilar conforme a resposta clínica do jogador e a evolução nos trabalhos de recondicionamento.
Relação com lesão no joelho
Segundo a especialista, a lesão atual de Garro não pode ser tratada de forma isolada. O argentino tem histórico de tendinopatia patelar no joelho direito, condição que provoca dor, perda de força e altera o controle motor do quadríceps. Isso leva o corpo a criar padrões compensatórios de movimento, aumentando a sobrecarga sobre a panturrilha — especialmente sobre o gastrocnêmio medial, músculo mais afetado nesse tipo de contusão.
“Estudos mostram que tendinopatias no joelho não afetam apenas a articulação, mas todo o padrão de ativação neuromuscular do membro inferior, elevando o risco de lesões secundárias”, comentou a médica especializada em esporte em entrevista à Itatiaia.
“Mesmo após a alta médica, é comum que o atleta mantenha déficits residuais de força e coordenação. Esse desequilíbrio entre quadríceps e músculos posteriores altera a absorção de carga em saltos, aterrissagens e corridas, aumentando a probabilidade de novas lesões, como a que o Garro sofreu recentemente”, explicou Flávia, que trabalha com futebol há mais de 20 anos.
Tratamento em fases
O protocolo de recuperação para esse tipo de problema físico envolve três etapas.
“O tratamento precisa ser individualizado, mas em geral segue três fases. Na fase aguda, que vai até o quinto dia, o foco é controlar dor e inchaço com gelo local, repouso relativo, compressão com bandagens e elevação da perna. Entre o quinto e o vigésimo primeiro dia, na fase subaguda, o objetivo passa a ser recuperar a mobilidade e dar início ao fortalecimento, com alongamentos leves, liberação miofascial, massagem terapêutica, uso de eletroterapia para analgesia e exercícios isométricos”.
“Na etapa seguinte, de fortalecimento e retorno, o trabalho é voltado para prevenir recaídas. Entram nesse processo exercícios excêntricos, como elevação de calcanhar em degrau, treinos funcionais com agachamentos e saltos controlados, reeducação proprioceptiva para melhorar o controle motor e corrida progressiva em superfícies planas”, complementou a especialista.
Um dos pontos-chave para evitar recaídas, segundo a médica, é incluir no processo o fortalecimento de músculos adjacentes, como glúteos e isquiotibiais, reduzindo a sobrecarga sobre a panturrilha.
Critérios para voltar a jogar
De acordo com a entrevistada, antes de liberar o meia para entrar em campo, mesmo inicialmente no banco de reservas, a comissão médica precisa observar critérios objetivos, como ausência total de dor em repouso e durantes exercícios de movimentação, força equilibrada entre as duas pernas, capacidade de realizar repetições de elevação de calcanhar sem dor e ausência de inchaço ou hematomas.
Flávia ainda reforça que o calendário é determinante. “Em clubes como o Corinthians, que jogam a cada três ou quatro dias, o risco de recaída aumenta caso o retorno seja precipitado. Estar no banco de reservas exige que o atleta tenha condições de entrar em campo a qualquer momento, e se isso não for possível, a chance de uma lesão mais séria cresce, podendo comprometer toda a temporada”.
O retorno, portanto, deve ser planejado de forma integrada, com participação de médicos, fisioterapeutas, preparadores físicos e comissão técnica, utilizando inclusive monitoramento de carga por GPS e exames de imagem de controle.
Números de Rodrigo Garro
Na temporada atual, Garro acumula dois gols e cinco assistências em 26 jogos (19 como titular). O atleta havia se destacado na
Próximo jogo do Corinthians
O Timão encara o Sport, no próximo domingo (21), pela 24ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. A bola rola às 17h30 (de Brasília) na Ilha do Retiro.