O Ministério Público de São Paulo abriu uma investigação para apurar indícios de infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) dentro do
A partir do depoimento de Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, que disse em 14 de agosto que “o crime organizado se infiltrou” no clube e que isso teria gerado ameaças contra ele, o MP intensificou as apurações.
O promotor Cássio Roberto Conserino requisitou esclarecimentos a Fausto Vera, Rodrigo Garro e Talles Magno. A dúvida é se os jogadores realmente moraram em um apartamento em Anália Franco, na Zona Leste de São Paulo, cuja propriedade pertence a José Carlos Gonçalves (o “Alemão”), suspeito de envolvimento com organizações criminosas. Também se investiga se o clube teria intermediado a locação desse imóvel.
A informação foi divulgada inicialmente pelo ge.com e confirmada pela Itatiaia.
Até este momento, não há acusação de ilegalidade ou crime em relação aos atletas — eles só são considerados testemunhas.
Além disso, o MP pretende descobrir os motivos pelos quais esse imóvel teria sido escolhido, bem como possíveis vínculos mais profundos entre o Corinthians e Alemão.
Essa investigação faz parte de um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) instaurado em 30 de julho, que examina várias suspeitas relativas ao clube, inclusive uso indevido de cartões de crédito corporativos, prestação de contas da presidência, apropriação indébita, estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa.
O clube, há uma semana, informou que deu início à entrega de documentos internos solicitados pelo MP. O Corinthians se diz aberto a ajudar as autoridades, mas toma o cuidado para não sofrer com vazamentos e desgastar ainda mais a imagem da instituição.
No começo deste mês, o Ministério Público solicitou o afastamento temporário de Andrés Sanchez, Duilio Monteiro Alves e Augusto Melom ex-presidentes do
O pedido foi feito pelo promotor Cássio Roberto Conserino no último dia 21 de agosto, encaminhado ao Departamento de Inquéritos Policiais do Tribunal de Justiça de São Paulo. O objetivo é garantir que o trio não interfira nas investigações em andamento sobre o suposto uso indevido de cartões corporativos do clube, entre os anos de 2018 e 2025.
Entenda o caso
Os órgãos fiscalizadores do Corinthians e o Ministério Público investigam supostos gastos irregulares nas gestões de Andrés Sanchez, Duilio Monteiro Alves e Augusto Melo, entre 2018 e 2025.
Em julho deste ano, após vazamento nas redes sociais, Andrés admitiu que usou o cartão corporativo do clube para gastos pessoais e, posteriormente, realizou o reembolso. As compras foram feitas no final de seu último mandato, em 2020.
Em relação a Duilio, o portal ge.globo noticiou, também em julho, que o Corinthians bancou gastos pessoais durante sua gestão. A matéria também relata a suspeita de emissão de notas fiscais frias e gastos em empresa de fachada.
Augusto Melo também é investigado, mesmo sem qualquer informação pública em relação a gastos irregulares com dinheiro do clube durante seu mandato. O ex-presidente foi afastado em agosto, via Assembleia Geral, por conta da investigação do “caso VaideBet”.
O MP solicitou o afastamento temporário dos citados do Conselho Deliberativo e do Conselho de Orientação do Corinthians.
Na última segunda-feira (8), o Timão iniciou o envio de documentos solicitados pelo órgão público, como faturas de cartões. O MP ainda espera, porém, o envio de demonstrações financeiras.