Depois de o gestor do Cruzeiro, Pedro Lourenço, reclamar da relação comercial entre Cruzeiro e Mineirão, a administradora do estádio se manifestou.
Nesta sexta-feira (28), a Minas Arena, responsável pela gestão do Gigante da Pampulha, disse que mantém diálogo constante com o Cruzeiro sobre a operação de jogos do clube no estádio.
“O Mineirão mantém um permanente e constante diálogo com o Cruzeiro a fim de promover a melhor e a mais assertiva operação para seus jogos, o que inclui os custos da partida. O Mineirão tem uma equipe capacitada e com expertise para operações de forma setorizada, de acordo com a previsão de público indicada pelo clube, o que reduz os custos. Os serviços contratados para a operação da partida estão em consonância com os valores de mercado e em respeito à legislação vigente”, disse a administradora do Mineirão, em nota enviada à imprensa.
Reclamação de Pedrinho
Segundo o dono da Sociedade Anônima de Futebol celeste, o clube sai prejudicado e arrecada pouco nas partidas que manda no Gigante da Pampulha.
Em entrevista ao programa “Os Donos da Bola”, da TV Band Minas, na última quinta-feira (27), o empresário reclamou do contrato vigente entre as partes e prometeu se reunir com a administração da Minas Arena.
“Eu comecei a ver as despesas do Mineirão, é insuportável. Se você tem uma renda de R$ 2 milhões, sobra R$ 300 mil”, externou.
“Eu vou ter uma conversa com eles. É difícil. Vou te dar um exemplo. Eles cobram R$ 40 mil de para os camarotes. O Mineirão cobra da gente 20% do negócio que está pagando para o cara”, lamentou Pedrinho.
O atual vínculo para que o Cruzeiro jogue no estádio vai até o fim deste ano. Pedrinho quer renegociar os termos para o próximo contrato.
“Eu vou ter uma conversa com eles, mas em linha reta. Eles têm que por a mão na consciência. Por exemplo, no camarote, a gente não recebe um tostão. Tudo é deles. Estacionamento, tudo”, expôs.
“O Mineirão é bom só para eles. Eu vou cumprir o contrato que termina esse ano. Para pagar qualquer coisa lá, quem paga é a gente. Eles ganham muito em cima da gente”, destacou Pedrinho.
Relação com o Governo de Minas
Questionado se poderia contar com uma ajuda do Governo de Minas Gerais para desenhar um acordo melhor pelo Mineirão, Pedrinho se mostrou pouco animado. Apesar disso, garantiu ter boa relação com o governador Romeu Zema (Novo) e o vice-governador Mateus Simões (Novo).
“Única vez que trabalhei com o governo do estado, fiquei decepcionado. Quando eles prometeram que dariam garantia para nossa torcida contra o Palmeiras. Quando chegou no dia, eles falaram 2h da manhã no dia do jogo”, reclamou.
“Eu tive garantia do Mateus (vice-governador), do Zema (governador), que falei duas vezes. Mas eu tenho relação ótima com eles. Vou ter que conversar com eles. Para o povo, porque o Mineirão é nosso”, avaliou.
Por meio de Parceria Público Privada (PPP), a empresa Minas Arena tem contrato de concessão com o Estado de Minas Gerais para administrar o Mineirão até 237.
Estádio próprio?
Apesar das reclamações com o Mineirão, Pedro Lourenço descartou a construção de um estádio próprio para o Cruzeiro. O gestor não vê sentido em abandonar o Gigante da Pampulha.
“Não. Eu acho que a gente tem que chegar a um acordo com o Mineirão. Estádio eu não penso nisso não. O Atlético tem o dele, tem o Independência, tem o Mineirão. O Mineirão foi feito para o futebol. Temos que chegar a um acordo”, finalizou Lourenço.