Em pronunciamento realizado no plenário do Senado Federal nesta segunda-feira (15), o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) falou sobre as investigações das suspeitas de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro.
De acordo com o senador, as investigações deveriam prosseguir para que os envolvidos fossem devidamente punidos e completou: “A CBF tinha, sim, que suspender o Campeonato Brasileiro para uma investigação profunda agora”.
Kajuru destacou que o Ministério Público deu início às investigações em novembro do ano passado, após denúncia realizada pelo presidente do Vila Nova e detalhou o processo.
“Após cinco meses de trabalho, os promotores concluíram que o esquema criminoso tem dois núcleos distintos. Um é formado pelos apostadores, que aliciam atletas para cometer pênaltis ou receber cartões durante os jogos e fazem as apostas nos sites conhecidos como “bets”. O segundo é o dos financiadores, que dão o dinheiro para o pagamento dos jogadores aliciados”, afirmou.
No pronunciamento, Jorge Kajuru defendeu que um posicionamento mais incisivo da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) poderia ajudar a coibir esta prática e criticou o patrocínio das casas de apostas.
“A CBF pode agir também, proibindo, por exemplo, que casas de apostas patrocinem clubes e jogadores de futebol. Assim como está acontecendo (e sendo exemplo para o mundo) na Inglaterra, com a proibição de placa de publicidade em camisa de time de futebol, de jogadores de futebol, fazendo comerciais e recebendo milhões a cada 30 segundos”, concluiu.
Operação Penalidade Máxima
De acordo com o MP-GO, os apostadores aliciavam atletas para que eles fossem punidos com cartões amarelos ou vermelhos ao longo de jogos pelas Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022 e alguns Estaduais de 2023.
O apostador Bruno Lopez de Moura é apontado como chefe da quadrilha. Ele está preso. Até aqui, o MP-GO ofereceu denúncia contra diversos jogadores no âmbito da Operação Penalidade Máxima, que já teve duas fases. São eles:
Ygor Catatau, Allan Godói, André Queixo, Mateusinho, Paulo Sergio (Sampaio Corrêa), Gabriel Domingos (Vila Nova), Joseph (Tombense), Romário (Vila Nova), Eduardo Bauermann (Santos), Gabriel Tota, Paulo Miranda (Juventude), Victor Ramos (Chapecoense), Igor Cariús (Sport) e Fernando Neto (São Bernardo).
Outros atletas fizeram um acordo com o MP e se transformaram em testemunhas do caso. Além disso, outros cinco jogadores já foram afastados preventivamente de seus clubes por terem nomes citados em conversas. São eles:
Pedrinho e Bryan Garcia (Athletico, dispensados),
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