Acusados de manipulação de resultados no futebol brasileiro, os aliciadores prometeram um valor total de, ao menos, R$ 1,25 milhão distribuídos para nove jogadores, em treze partidas. De acordo com o Ministério Público de Goiás, pelo menos R$ 200 mil foram entregues aos atletas antes dos jogos, como adiantamento.
Os casos de manipulação de resultados deram origem à denúncia realizada pelo Ministério Público de Goiás (MP) ao Tribunal de Justiça de Goiás. Sete jogadores e nove aliciadores se tornaram réus, entre eles o empresário Bruno Lopez, no qual o MP apontou ser o líder da organização criminosa.
Dentre os casos divulgados pela justiça, o maior valor prometido para um único jogador foi de R$ 500 mil. Conforme apurou o Ministério Público, Fernando Neto, do Operário, receberia o valor para ser expulso de uma partida, que seria disputada contra o Sport, na Série B do Campeonato Brasileiro de 2022. O jogador recebeu um adiantamento de R$ 40 mil.
Por outro lado, a menor quantia oferecida pelos apostadores foi de R$ 30 mil. A proposta envolvia Moraes Junior, do Juventude, que deveria receber um cartão amarelo contra o Palmeiras, na Série A do Campeonato Brasileiro de 2022. Segundo apuração do MP, cerca de R$ 5 mil foram entregues de forma antecipada. Moraes não foi denunciado, pois admitiu o esquema e estabeleceu um acordo com o Ministério Público.
Nos casos de Eduardo Bauermann e Igor Cárius, a investigação ainda não divulgou um valor aproximado do total prometido aos jogadores. O que se sabe é que Cárius, que atuava no Cuiabá, teria recebido R$ 5 mil antecipadamente para ser advertido com um cartão amarelo. O acordo era relacionado a partida contra o Ceará, na Série A do Campeonato Brasileiro de 2022.
Sobre o caso Bauermann, o MP revelou somente que o jogador recebeu um pagamento antecipado de R$ 50 mil, para receber um cartão amarelo contra o Avaí, em partida disputada também pela Série A. O zagueiro não foi advertido, mas combinou com os aliciadores de ser expulso da partida.
O início da operação
As investigações se iniciaram no fim de 2022, quando Romário, do Vila Nova-GO, aceitou uma proposta de R$ 150 mil para cometer um pênalti contra o Sport. A partida era válida pela Série B do Campeonato Brasileiro. O volante recebeu um adiantamento de R$ 10 mil e, no acordo, o restante do valor seria repassado após a partida, caso o pênalti fosse cometido.
Hugo Jorge Bravo, presidente do clube que também atua como policial militar, ajudou nas investigações e entregou provas ao Ministério Público.