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O que é Pickleball? Conheça o esporte em família que sonha com a Olimpíada

Modalidade começou como brincadeira nos EUA nos anos 1960, já conquista fãs mundo afora e sonha com vaga na Olimpíada

Modalidade vem ganhando cada vez mais adeptos e fama no cenário brasileiro, com destaque para Minas Gerais

Uma brincadeira em família que quer chegar à Olimpíada. Criado na décadas de 1960 nos Estados Unidos, o Pickleball começou como um simples exercício físico com inspiração no tênis, badminton e tênis de mesa. Aquilo que tinha a pretensão de desafiar e divertir se tornou coisa séria no país, e já superou os limites do oceano para ganhar força aqui no Brasil.

Desde 2018, a Associação Brasileira de Pickleball é mantida em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. No ano passado, foi criada a Associação Mineira da modalidade, sediada em Belo Horizonte e presidida pelo missionário Raphael Sousa.

“Conheci o Pickleball em 2016, na cidade de Praia Grande-SP, através do ex-diretor da Associação Atletas em Ação, Fernando Monteiro. Em uma de nossas conferências na cidade, ele nos apresentou o Pickleball, que havia conhecido uns meses antes, durante período em que esteve em Orlando (EUA) durante uma conferência”, relembrou Raphael.

A paixão do missionário se deu à primeira vista, e em cerca de um ano, ele ganhou bolas e raquetes do amigo e começou a prática em BH, junto com a esposa e um primo. Já em 2018, o esporte virou parte da rotina da família.

“Jogávamos uma vez por semana. Fomos convidando outros parentes e amigos, e logo o esporte foi contagiando outras pessoas, a ponto de uma quadra já não comportar, porque tínhamos apenas 1h 30min no local. Com isso, começamos a procurar por outros lugares, e assim, o Pickleball foi se espalhando, e durante a pandemia, em 202,0 ganhou novos adeptos”, completou.

Regras simples e mistura de modalidades

A prática do Pickleball traz referências do tênis, badminton e tênis de mesa. Pode ser jogado em duplas ou de forma individual, com partidas de 11 pontos.

O jogo usa uma bola perfurada especial, com uma rede semelhante à do ténis e quadra de dimensões equivalentes às do badminton. As raquetes são maiores que as de ping pong e menores que as de pádel. A partida começa com o chamado “saque por baixo”, e a partir de então começam os rallys entre os jogadores.

Assim como os esportes inspiradores, a quadra de Pickleball tem divisões internas que apontam zonas para saque e ataque ao oponente. Além da diversão, sempre ressaltada desde a criação do esporte, o vencedor precisa marcar 11 pontos, considerando vantagem de 2 pontos no set.

Crescimento e sonho com a Olimpíada

Raphael vem destacando crescimento rápido do Pickleball no público brasileiro. Em poucos anos desde as primeiras organizações do esporte no país, ele aponta ao menos dez estados com atletas em atividade – a maioria deles em Minas. Ele ainda cita São Paulo como expoente da modalidade e explicou como a popularização vem sendo tão rápida.

“O Pickleball vem ganhando força nos últimos anos principalmente por ter uma curva de aprendizagem rápida. Quem nunca jogou, aprende a jogar em 1hora ou menos, e logo é capaz de jogar uma partida por completo”, afirmou. Ele ainda conta que o baixo custo para a prática é um diferencial até mesmo dos esportes que o inspiraram, como o próprio tênis.

“O maior diferencial para mim é a facilidade de se jogar o esporte. Um esporte para toda a família. Crianças conseguem participar do jogo com adultos. Além de um espaço reduzido e que pode ser aproveitado em clubes e condomínios, já que uma quadra de Pickleball cabe dentro de uma quadra de peteca”, completou.

Com a curva de crescimento cada vez maior, o missionário vê um futuro ainda melhor para amantes de praticantes de Pickleball. Ele acredita que a Olimpíada pode, de fato, ser um objetivo para uma expansão ainda maior.

“Já existe um movimento para que ele atinja o número mínimo de 75 países para ser apresentado ao COI (Comitê Olímpico Internacional), e atualmente ele é praticado em 70 países”, pontuou.

A brincadeira que começou em quintais de casas nos Estados Unidos, há mais de 50 anos, já conquistou países e não para de crescer. Os próximos passos do Pickleball ainda são incertos, mas se depender dos amantes que aumentam a cada ano, uma nova febre pode e deve tomar conta em meio aos esportes mundo afora bem antes do esperado.

Jornalista formado na PUC Minas. Experiência com reportagens, apresentação e edição de texto em televisão, rádio e web. Vivência em editorias de Cidades e Esportes.