O Atlético está em conversas iniciais para se transformar em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Até o momento, o clube tem acordos de confidencialidade assinados com interessados. E as características do futuro investidor já estão traçadas internamente.
Em entrevista ao programa Bastidores, o CEO do Atlético, Bruno Muzzi, revelou que clube alvinegro deseja um investidor que tenha experiência em dois mercados específicos.
“Tem diversas opiniões aqui dentro [do clube]. Mas acho que a que mais prevalece é aquele investidor que tem o know-how [conhecimento] no futebol europeu e que possa ter também certa exposição mercado norte-americano na questão do entretenimento”, detalhou.
“Existem fundos que têm investimentos no mercado europeu e também investimentos no mercado americano. Existem famílias que controlam esportes no mercado americano, mas que também tem exposição no mercado europeu”, continuou.
“Se a gente conseguir um investidor que tenha esses dois pés ali, expertise no futebol – de saber gerir, desenvolvimento de base, intercambialidade de jogadores – e também possuir o know-how do entretenimento, principalmente com a probabilidade de uma liga vindo, esse é o perfil mais desejado”, concluiu.
De acordo com informações recebidas pela Itatiaia, o Atlético já tem 15 interessados, que assinaram acordos de confidencialidade. O investidor escolhido teria que aportar, no total, o valor da dívida do Galo, além de R$ 1 bilhão de investimento por 50% mais um das ações da SAF.
Perguntado sobre os números, Bruno Muzzi evitou entrar em detalhes dizendo que há muitas lacunas no processo. “Ainda não se tem fechado os percentuais de valores, se serão 50% mais um, se será 60% ou 40%. Tem investidores que têm o perfil de controle, tem investidores que têm o perfil de serem sócio minoritário, são investidores mais financeiros. Tem muita coisa em aberto”, observou.
No entanto, o CEO atleticano confirmou que o clube conversou com mais de 100 fundos de investimentos. “É um processo longo e que tem muitos investidores acessados, muitas conversas. O número realmente é acima de 100. Existem NDAs [Non-Disclosure Agreementes] assinados, que são os acordos de confidencialidade, que são simplesmente para fazer uma troca de informações para entender melhor a formatação que se busca e as informações do clube”, afirmou.
A condução da transição do Atlético para clube-empresa está sendo feita pelo banco de investimento BTG Pactual e pela empresa de consultoria Ernst & Young.
Conforme apurou a Itatiaia mais cedo, o modelo adotado pelo América é o que mais agrada à cúpula do Atlético, que deseja fazer a transição para SAF no fim deste ano.