A atriz Susana Vieira, de 81 anos, foi destaque desde esse domingo (19), após sua entrevista ao Fantástico, da TV Globo, quando a veterana revelou e lembrou o diagnóstico de Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) um tipo de câncer, uma doença incurável, e de e Anemia Hemolítica Autoimune (AHAI) sendo ambas doenças não curáveis.
A atriz participou do programa para falar sobre
As
Leucemia Linfocítica Crônica
Conforme o Ministério da Saúde, por meio da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), a “Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) ocorre quando os linfócitos B (células do sangue responsáveis pela defesa do organismo a partir da produção de anticorpos e pela memória imunológica) passam a se reproduzir de forma acelerada e desordenada e perdem sua função”.
Eduardo Paton, médico hematologista e coordenador da Equipe de transplante e terapia celular do Câncer Center Oncoclinicas, em Belo Horizonte, esclarece que a doença “afeta os linfócitos maduros, que são células do sistema imunológico produzidas pela medula óssea”.
“Frequentemente é uma doença que tem poucos sintomas. É uma doença caracteristicamente de pacientes mais idosos. Muitas vezes esses pacientes não têm sintomas da doença, que tem uma evolução muito lenta e não precisam tratar inicialmente”, destaca.
Conforme o hematologista, o paciente “pode ficar vários anos só observando a evolução da doença”. Ela só chega a ser tratada quando ele “começa a apresentar falha na medula óssea na produção de glóbulos vermelhos e plaquetas, ou quando o paciente começa a apresentar alguns tumores maiores na região do tórax, do abdômen, principalmente, na região do pescoço”.
Alex Freire Sandes, hematologista do Grupo Fleury, em São Paulo, esclarece que a doença é descoberta em exames de rotina por meio de um hemograma. Nas fases mais avançadas, segundo ele, o paciente pode apresentar fraqueza, cansaço, sangramento nasal e na gengiva ao usar escova de dentes. “Não é uma doença rara, não é frequente como hipertensão, diabetes, mas é a forma mais comum de leucemia nos países ocidentais”, destaca.
Anemia Hemolítica Autoimune (AHAI)
Por outro lado, segundo a pasta, “a anemia hemolítica autoimune (AHAI) é uma condição rara, na qual os anticorpos podem reagir contra as células do sangue. A recomendação para tratamento é o uso de corticosteroides e imunossupressores”.
“Quando o paciente não reage ao tratamento com os medicamentos, a retirada cirúrgica do baço ou de parte dele é indicado, devido ao excesso de substâncias que são produzidas pelo corpo e, em função da condição do paciente, acabam sobrecarregando esse órgão”, acrescenta.
A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é um tipo de câncer que afeta a produção do sangue e a medula óssea.
Tratamento
Os
Conforme o médico, o paciente não é submetido a um transplante de medula óssea justamente por causa da idade. “Não tem prevenção, não é uma doença que é prevenível, até porque não tem uma causa estabelecida”, diz.
O hematologista de São Paulo pontua. “Não tem um tratamento curativo, mas a gente consegue fazer um tratamento indicado e controlar a doença de uma forma que a pessoa tenha uma vida normal. É uma doença super controlável e quando a gente fala incurável parece uma sentença de morte para algumas pessoas, mas não é".
Eduardo Paton acrescenta: “A gente considera essa doença tratável, controlável, assim como diabetes e hipertensão arterial. É uma doença que a gente não visa cura, mas visa o controle. Como geralmente o paciente que tem essa doença já é muito idoso, ele, frequentemente, vive muitos anos com a doença, acaba falecendo de outra causa, falece com a doença, mas não por causa da doença”.
“Após diagnosticar essa LLC a gente vai classificá-la em três grupos de estadiamento: A (inicial), B (intermediário) e C (avançado). A inicial a gente não precisa tratar, a pessoa fica em observação por anos, sem a doença evoluir. Nessa fase que é a C, que é mais avançada, o tratamento depende de alguns fatores de risco”, afirma Alex Freire Sandes.
“Antigamente era a base de quimioterapia e imunoterapia, que se fazia junto, mas hoje são medicamentos que são direcionados e chegam a ser mais imunoterápicos. O paciente faz uso de um medicamento diariamente, mas o tipo de tratamento vai depender de cada pessoa”, acrescenta o médico.