A atriz Mandy Moore, de 39 anos, conhecida pelo papel de Rebecca na série “This is Us”, contou que recebeu cheques com valores menores que um dólar como pagamento residual pela exibição da série nos streamings. A artista explicou que resolveu expor a situação dar para coro às manifestações e à greve dos
Uma das maiores reivindicações dos profissionais é que as empresas de streaming, como Netflix e Amazon, façam pagamentos residuais para os artistas quando inserirem alguma produção na qual eles têm participação no catálogo. Antes dessas plataformas existirem, quando alguma emissora adquiria o direito de reprisar uma série, ela era obrigada a fazer pagamentos residuais para os atores que participaram da produção.
Mandy enfatizou que apesar de estar empregada e com uma vida estável, ela decidiu se pronunciar porque outros atores dependem desse tipo de pagamento para sobreviver. “Como atores com trabalho, estamos em posições privilegiadas por termos participado de programas que foram sucessos de diferentes formas. Mas antes de nós, muitos atores nessas mesmas posições conseguiam viver dos royalties ou pelo menos pagar suas contas”, explicou em entrevista ao portal Hollywood Reporter.
A artista explica como a dinâmica dos streamings tem prejudicado a fonte de renda dos atores. “Se você é alguém que teve a sorte de fazer mais de 120 episódios de um programa de sucesso há alguns anos (10, 15, 20 anos atrás), royalties de reexibições poderiam sustentá-lo enquanto você fazia projetos menores ou uma peça teatral, ou ainda cuidava de sua família. Isso não é mais uma realidade. Tudo mudou”, contou.
Greve dos atores
O sindicato dos artistas de Hollywood, SAG-AFTRA, decretou greve geral dos atores a partir do dia 13 de julho, após as negociações que aconteciam desde 7 de junho, entre os representantes dos atores e dos grandes estúdios não chegarem a um acordo. O contrato entre as duas entidades terminou à meia-noite da quarta-feira (12), e não há previsão para a assinatura de outro.
Em uma coletiva de imprensa feita pelo SAG-AFTRA, o diretor-executivo da organização Duncan Crabtree-Ireland enunciou os pontos de discórdia entre os grupos e falou sobre a decisão pela greve. “Os atores devem ter um contrato que reflita as mudanças que vem acontecendo na indústria”, explicou.
O sindicato reivindica o pagamento residual, o fim de audições auto-gravadas, o que transfere parte dos custos do processo de seleção de elenco para os atores e, principalmente, a restrição da utilização das tecnologias de inteligência artificial para a reprodução dos rostos dos atores mesmo após a morte.
(Sob supervisão de Patrícia Marques)