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Conheça mais sobre Adélia Prado, escritora mineira desconhecida por Zema

Governador de Minas Gerais cometeu gafe nesta sexta (10) ao perguntar se poetisa era funcionária de rádio em Divinópolis

Aos 87 anos e moradora de Divinópolis, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, Adélia Prado é uma das maiores escritoras do país. Seu nome voltou à tona nesta sexta-feira (11), quando o governador Romeu Zema (Novo) cometeu uma gafe em um podcast. Ao receber, de presente, um livro de poemas da escritora, ele perguntou ao apresentador: “ela trabalha na rádio?”.

Adélia começou a escrever seus primeiros versos ainda em 1950, aos 15 anos, logo após a morte da mãe. Sua primeira obra, ‘Bagagem’, no entanto, só foi publicada bem mais tarde, em 1975 - depois de ela se casar, ter cinco filhos e se formar na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Divinópolis.

No poema ‘Com licença poética’, fez uma releitura do famoso ‘Poema de Sete Faces’, de Carlos Drummond de Andrade, publicado em 1930.

E foi justamente Drummond que a incentivou - uma crônica assinada por Adélia Prado foi publicada no ‘Jornal do Brasil’, como forma de apresentar a ‘nova escritora’ ao Brasil.

‘Bagagem’ foi lançada no Rio de Janeiro, no ano seguinte, em evento que teve a presença não só de Carlos Drummond de Andrade, que vivia na então capital federal, mas de Juscelino Kubitschek, Clarice Lispector, Affonso Romano de Sant’Anna e Nélida Piñon.

Em 1978, Adélia Prado venceu o Prêmio Jabuti, um dos mais importantes prêmios literários do país, com a publicação de ‘O Coração Disparado’.

Após o sucesso dos versos e o Prêmio Jabuti, Adélia se lançou pela primeira vez em prosa, com ‘Soltem os cachorros’, publicado no ano seguinte.

Adélia Prado: carreira e premiações

Ao longo de sua extensa carreira, escreveu peças de teatro, monólogo, teve obras traduzidas para o inglês e o espanhol, e escreveu até para espetáculos de balé. Foram mais de 20 obras publicadas, em verso, prosa e antologias. Também ocupou um cargo público na Secretaria municipal de Educação de Divinópolis, em 1993.

Além do Prêmio Jabuti, Adélia Prado também foi agraciada com o Prêmio ABL de Literatura Infantojuvenil (2007), o Prêmio Literário da Fundação Biblioteca Nacional (2010), o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (2010) e o Prêmio Clarice Lispector (2016).

Em 2014 foi agraciada com a classe Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cultural, uma das maiores honrarias do governo brasileiro para o setor cultural. Dois anos depois, foi vencedora do Prêmio do Governo de Minas Gerais de Literatura.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
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