Na reta final do prazo de filiações partidárias visando as eleições municipais de 2024, o PSDB se distanciou do prefeito Fuad Noman (PSD). Nas últimas semanas, os tucanos, que têm maioria no diretório da Federação com o Cidadania, chegaram a flertar com um apoio à reeleição do atual prefeito de Belo Horizonte, mas a negociação esfriou nessa sexta-feira (5).
À reportagem, o deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB), que comanda a federação, reclamou do que chamou de “ataque especulativo” dos pessedistas sobre pré-candidatos a vereador de seu partido.
“Protejemo-nos junto com outros partidos de um inexplicável ataque especulativo do PSD aos pré candidatos de nossos partidos tentando atraí-los para a chapa de vereadores deles. Algo que, no mínimo, me faz ficar em dúvida sobre a real capacidade política deles”, afirmou, sem citar o rumo que a federação adotará no pleito deste ano.
O presidente estadual do PSD, Cássio Soares, foi procurado pela Itatiaia, mas, até o momento, não respondeu aos pedidos de comentário sobre a declaração.
A reportagem também apurou que após o distanciamento entre os partidos, a Federação liderada pelo PSDB abriu diálogos com o vereador Gabriel Azevedo, presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), que filiou-se ao MDB há um mês, sendo nomeado presidente do diretório municipal da legenda. Na última semana, ele conseguiu arrastar quatro integrantes de seu grupo político ao partido: Henrique Braga, Cleiton Xavier, Loíde Gonçalves e Sérgio Fernando Pinho Tavares. Com isso, a legenda passou a ter cinco vereadores com assento na Câmara de BH.
O vereador briga, na Justiça Eleitoral, para assumir o controle de outro partido, o nanico PRTB, que não possui representantes na CMBH. Em menos de 24 horas, o comando da legenda mudou em meio a disputa entre os grupos políticos de Gabriel e do secretário de Casa Civil do governo Romeu Zema, Marcelo Aro (PP).
Nesta sexta-feira, uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) autorizou Guilherme Barcelos, assessor de Gabriel na Câmara Municipal, a retomar o controle do diretório municipal do partido, que havia sido dado, pela executiva nacional do PRTB a Wellington Aguilar, aliado de Aro.
A briga pelo PRTB pode ter sido o motivo da abertura de diálogo entre PSDB e Gabriel Azevedo. Sem segurança com o partido, envolto numa briga judicial, Azevedo organizou uma migração em massa dos candidatos do PRTB para a Federação do PSDB, gesto que agradou Abi-Ackel. Conforme apurou a reportagem, o deputado federal chegou a se reunir, pela manhã, com Azevedo e Newton Cardoso Jr., presidente do MDB.