Foi retomado nesta sexta-feira (16) o julgamento do caso Lorenza de Pinho, que foi encontrada morta no dia 2 de abril de 2021 no apartamento da família no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte. O marido dela, o promotor do MP André de Pinho, é acusado pelo feminicídio da companheira.
A primeira testemunha ouvida na sessão de hoje foi um dos médicos legistas que assinou o laudo policial no IML de BH. O depoimento foi considerado extremamente técnico e longo e durou cerca de três horas.
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Um dos assuntos abordados foi a possível retirada de todo o sangue da vítima durante a preparação do corpo para o velório. Segundo o perito, a retirada do sangue é um procedimento comum entre as funerárias e acontece quando o sepultamento precisa ser prolongado.
Na época do crime, chegou a ser levantada a hipótese, no inquérito, de que o promotor teria atuado para a retirada do sangue para a realização de rituais. A informação nunca foi comprovada.
De acordo com o médico legista, o corpo de Lorenza estava com algumas punções - retirada de fluídos do corpo humano para análise em laboratório - no pé e no tornozelo, mas enfatizou que havia sangue no corpo em pequena quantidade.
Promotor deve ser ouvido hoje
A próxima testemunha a ser ouvida será outro médico legista que participou do caso. O último depoimento deve ser do réu, para encerrar a fase de audiências e instrução do processo. A expectativa do resultado do julgamento é para o ano que vem.
Marco Aurélio, pai da Lorenza, afirmou à reportagem da Itatiaia estar extremamente exausto mental e fisicamente, porém aliviado por ver o genro ser julgado.
André de Pinho não foi a júri popular por ter foro privilegiado, já que é promotor do Ministério Público de Minas Gerais. Por isso, ele está sendo julgado em segunda instância por desembargadores do Tribunal de Justiça.