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Lula e Biden se unem em manifesto por direitos trabalhistas, criticam precarizações e lançam pacto global

Presidentes do Brasil e dos Estados Unidos criticaram avanço das precarizações e indicaram lançamento de manifesto pró-trabalho

Presidentes Lula e Joe Biden se encontraram nesta quarta-feira

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Joe Biden se encontraram nesta quarta-feira (20), em Nova Iorque, nos Estados Unidos, durante a agenda da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Escapando de assuntos polêmicos que levariam à divergência, os líderes brasileiro e norte-americano decidiram se debruçar sobre uma pauta comum às nações, a precarização do trabalho, e indicaram o lançamento de um documento nomeado Coalização Global pelo Trabalho. O relatório indica um desejo dos governos de se unirem pela recomposição dos direitos trabalhistas.

“Nunca vi um presidente americano falar tanto e tão bem dos trabalhadores como o senhor”, se dirigiu Lula a Biden. “Há uma perspectiva de trabalho conjunto e excepcional entre Brasil e Estados Unidos. É o renascer de um novo tempo na relação entre Estados Unidos e Brasil, uma relação de iguais, uma relação soberana e uma relação de interesses comuns ao povo trabalho do seu país e do meu país”, afirmou o petista.

Os mandatários Lula e Joe Biden fugiram à polêmica sobre a Guerra na Ucrânia e optaram por seguir um diálogo orientado por posições otimistas e esperançosas. “Este é o momento de ouro para nós. É o despertar de um sonho para os meninos de 18 anos, para essa juventude que não tem perspectiva. Esse gesto [construção da Coalização Global] pode ser uma esperança para as pessoas acreditarem em outro mundo, mais justo, mais fraterno e mais solidário”, declarou Lula.

Guerra na Ucrânia. Após a reunião pública com o norte-americano Joe Biden, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá um encontro inédito com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em Nova Iorque. Os dois chefes de Estado conversaram em ligação de vídeo no início do ano; a agenda presencial é desejada pelo ucraniano desde o começo do terceiro mandato do petista à frente da presidência do Brasil, e Zelensky deve exigir uma postura mais incisiva de Lula em relação à guerra entre Ucrânia e Rússia.

A questão pode se tornar um entrave diplomático para o Brasil, e nos últimos nove meses Lula sustentou uma posição neutra em relação ao conflito e se propôs a ocupar um espaço de mediação entre Ucrânia e Rússia. O brasileiro insistiu em agendas internacionais na culpa de ambas as nações para a escalada do confronto que, até agosto, segundo o New York Times, contava cerca de 500 mil russos e ucranianos mortos ou feridos.

Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.