O presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi, defendeu a privatização da estatal mineira como forma de garantir maior liberdade para que a empresa faça seus investimentos e tome suas decisões administrativas.
Em entrevista exclusiva à Itatiaia, Passanezi reforçou que o momento é de debater e avaliar as opções que estão diante da estatal mineira e que essa análise caberá aos deputados estaduais.
“O que para mim é um tema muito importante é debater e discutir o assunto. A Assembleia está aí para discutir o assunto. Eu penso que para a Cemig, ela terá muito mais liberdade e autonomia de gestão se não tiver o controle do estado. Existem muitas formas de você trabalhar para que o estado siga acionista da empresa, mas não é mais o acionista controlador da empresa. Isso liberaria para a empresa um grau de liberdade muito grande para poder servir melhor o povo mineiro. É o momento de discutir esses assuntos e a decisão final será da Assembleia Legislativa”, afirmou o presidente da Cemig.
O governador Romeu Zema (Novo) enviou para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) há duas semanas um projeto de lei que pode facilitar o processo de privatização da Cemig. A proposta retira a exigência de um referendo popular para avaliar a privatização da estatal. O texto, no entanto, ainda não tramitou no Legislativo mineiro.
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R$ 42 bilhões em 5 anos
Passanezi tem garantido aos empresários estrangeiros que o ciclo de investimentos da Cemig vai garantir, em até 5 anos, um abastecimento energético de qualidade em todo o estado, o que criará um novo atrativo para a instalação de empresas em Minas.
“Estamos aqui fazendo visita a nossos fornecedores e mostrar um pouco do que a Cemig está trazendo de potencial de investimentos para Minas. A Cemig hoje tem muito orgulho de dizer que está realizando o maior programa de investimentos da empresa e eu diria que é o maior investimento do setor elétrico do país. São R$ 42 bilhões de investimentos nos próximos 5 anos, o que vai gerar muitas oportunidades. Por exemplo, vamos construir 30 mil quilômetros de redes trifásica, são 100 mil quilômetros de cabos, estamos instalando 1,5 milhão de medidores inteligentes”, afirmou à reportagem da Itatiaia.
Ele citou também a estrutura energética baseada em uma produção renovável e limpa, o que serve como incentivo para empreendedores que buscam espaço em uma economia cada vez mais preocupada com a preservação ambiental.
“O Brasil e em especial Minas tem recursos naturais abundantes para que a gente seja líder em energia renovável no mundo. Minas já tem um parque hídrico muito grande. A Cemig tem orgulho em dizer que é uma empresa 100% renovável. E isso significa que todo aquele empresário que quer trabalhar em um mundo menos poluente, que quer descarbonizar, terá oportunidade de produzir em Minas”, disse Passanezi.