A votação do relatório final da CPI da Lagoa da Pampulha se tornou uma disputa política na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Após seis meses de trabalho, a comissão pode ficar sem um relatório final.
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Depois de protocolar um novo relatório final na terça-feira (11), para ser votado na manhã desta quarta-feira (12), a vereadora Flávia Borja (PP), solicitou que fosse devolvido a ela o documento e a reunião foi suspensa pelo presidente da comissão, vereador Juliano Lopes (Agir).
A decisão gerou muita discussão entre os vereadores e manifestações de apoio à retirada por parte de representantes de áreas técnicas de engenheiros e da prefeitura que acompanham os trabalhos.
Logo em seguida, foi tomada a decisão de suspender os trabalhos por 20 minutos e feita uma reunião de emergência para decidir os encaminhamentos seguintes.
O texto modificado por Flávia Borja retirava a solicitação de indiciamento de agentes públicos e técnicos, entre eles o do secretário de Governo Josué Valadão, que poderiam ser responsabilizadas pelo que chamam de trabalho sem resultado de limpeza da Lagoa da Pampulha.
Clima quente
A sessão desta quarta-feira (12) foi marcada por bate-bocas e troca de acusações entre os vereadores.
“Quando essa CPI foi criada, foi criada por eles, que eram oposição ao prefeito. No decorrer das sessões, o que aconteceu? No finalzinho, a prefeitura faz uma ligação, e eu recebi ligações na sexta, no sábado e no domingo. Eu acho isso um descaso com a Lagoa da Pampulha. Agora, chega aqui e faz um papelão desse? Por que renunciaram agora? O que esses vereadores receberam para renunciar e retirar o relatório? Para terminar em pizza?”, questionou o vereador Jorge Santos (Republicanos).
O presidente da Casa, vereador Gabriel Azevedo (sem partido), fez duras críticas ao secretário Municipal de Governo, Josué Valadão, e afirmou que a prefeitura de BH tentou influenciar as decisões da comissão.
“O seu relatório, Bráulio Lara, será aprovado, cedo ou tarde. Esta Câmara não tem problema com vaias, chiliques ou participações histriônicas. Nós vamos seguir nosso trabalho. Os servidores que vieram aqui estão sendo feito de trouxas pelo secretário Valadão”, afirmou Gabriel Azevedo.