Zema diz que foi ‘mal interpretado’ sobre comparação entre trabalhadores e beneficiários de auxílio

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse ter sido mal interpretado quando declarou, nesta sexta-feira (2), que estados do Sul e Sudeste do Brasil se “diferenciam dos demais por ter mais trabalhadores do que beneficiários de auxílio”. A frase gerou polêmica.

A “retratação” foi feita em uma declaração neste sábado (3), data do encerramento do encontro do Cosud, consórcio que reúne os sete governadores das regiões Sul e Sudeste.

Entenda: Zema: Sul e Sudeste se diferenciam por ter mais trabalhadores do que beneficiários de auxílio

“Ontem, talvez por uma questão de não usar as palavras mais adequadas, eu fui mal interpretado. Quem conhece o brasileiro sabe que ele quer um trabalho digno. Ele recebe o auxílio porque não está tendo opção. E nós, governadores aqui do Sul e Sudeste, priorizamos a geração de empregos. Acreditamos que esse é o melhor caminho. O auxílio é importante no momento de pandemia, de recessão, mas o que vai fazer com que o brasileiro tenha dignidade é a geração de emprego, que faz com que ele tenha essa independência”, afirmou Zema ao se explicar sobre a declaração do dia anterior.

Zema ainda contou a história de uma moradora do Norte de Minas, que teria tido a carteira de trabalho assinada pela primeira vez aos 52 anos.

“No ano passado, inaugurando uma usina fotovoltaica no Norte de Minas, conheci a dona Marilene, de 52 anos. Ela veio falar toda satisfeita que, pela primeira vez na vida, estava tendo a carteira de trabalho assinada. Esse problema é de todo o Brasil, mas aqui em Minas Gerais existe mais no Norte do estado. Ela falou: ‘até hoje na minha vida eu vivi catando material reciclável ou então fazendo algum trabalho braçal avulso e recebendo auxílio’”, contou Zema aos colegas.

"É isso que eu quero para os mineiros e tenho certeza que todos os governadores querem para seus estados também”, concluiu.

O governador recebe, em Belo Horizonte, os governadores Tarcísio Gomes de Freitas (São Paulo), Renato Casagrande (Espírito Santo), Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Ratinho Jr (Paraná), Jorginho Mello (Santa Catarina) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul). Eles deve apresentar uma carta de compromissos sobre o segundo ciclo de encontros do Cosud. Desde ontem, os governadores das regiões Sul e Sudeste debatem temas como a reforma tributária e políticas para geração de emprego e renda.