O ministro Fernando Haddad (PT) disse, nesta segunda-feira (8), que a Fazenda Nacional e o Banco Central (BC) têm buscado “entrosamento”. Ele crê que a possível ida do secretário-executivo do ministério, Gabriel Galípolo,
“Estamos procurando o entrosamento. Todo mundo é testemunha do esforço que vem sendo feito de parte a parte, no sentido de permitir uma coordenação das políticas fiscal e monetária, integrar mais e dar uma perspectiva uniforme para o país, um direcionamento único. Sempre fui um crítico do divórcio das políticas fiscal e monetária”, disse Haddad, em São Paulo (SP), antes de viajar ao Japão para a reunião do G7.
Embora Haddad tenha indicado Galípolo para compor a direção do BC, o nome dele precisa receber o aval dos integrantes da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. O comitê terá de avaliar, ainda, a recomendação para o auditor-chefe do BC, Ailton Aquino dos Santos, assumir a diretoria de Fiscalização.
A fala do ministro a respeito da busca pelo “entrosamento” entre Fazenda e BC ocorre em meio às reiteradas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Roberto Campos Neto, presidente do banco.
“Estamos nos reunindo permanentemente com a equipe do Banco Central. Esse movimento (a indicação de Galípolo) vai fortalecer ainda mais a aproximação nessa direção, de buscar a convergência plena da política econômica, para oferecer ao país condições de crescer com inflação baixa”, defendeu o ministro.
Na semana passada, em Londres, na Inglaterra, Lula
“Se eu, como presidente, não puder reclamar dos equívocos do presidente do Banco Central, quem vai reclamar? O presidente americano? Me desculpem, o Banco Central tem autonomia, mas ele não é intocável”, assinalou.
Haddad, por sua vez, chegou a relacionar a indicação de Galípolo a Campos Neto. Segundo o ministro, a primeira pessoa a aventar o secretário-executivo para a diretoria do BC foi o presidente da instituição — justamente sob a perspectiva de “entrosar” as equipes do banco e da Fazenda.
Substituto de Galípolo é ‘velho conhecido’ de Haddad
Gabriel Galípolo é ex-presidente do Banco Fator. Se a indicação dele para o BC for aprovada, o substituto na secretaria-executiva do Ministério da Fazenda será Dario Durigan.
“Já trabalhamos juntos no governo federal e na prefeitura, onde foi meu braço-direito. (Dario) já trabalhou na Casa Civil e foi (servidor) de carreira na Advocacia-Geral da União (AGU). Conheço o Dario há muitos anos. Passou os últimos anos na iniciativa privada e, hoje, está desligado justamente para, a meu convite, assumir essa posição”, falou o ministro, ao explicar a escolha pelo novo nome.