A prefeitura de Belo Horizonte tem até o fim de maio para elaborar um pré-projeto e apresentar ao governo federal sobre o que o Executivo municipal pretende fazer com a aérea do Aeroporto Carlos Prates.
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O cronograma foi detalhado à Itatiaia pela Assessora Especial da Prefeitura de Belo Horizonte, Natália Araújo, durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
“Até 31 de março foi o período para encerrarem-se os pousos no terreno. Agora, por 60 dias, até o final de maio, vai estar aberto somente decolagem das últimas aeronaves em manutenção. Neste prazo, até o final de 60 dias, vão acontecer as audiências para que esse pré-projeto seja ultimado”, explicou Natália Araújo.
O deputado federal, Rogério Corrêa, do PT, destaca algumas exigências da população das regiões Noroeste e Pampulha, onde ficam nas imediações do aeródromo.
“Há um sonho da população que tenha uma grande área verdade. É a região da cidade ocm menos área verde por habitante, então é algo que a população cobra muito. A prefeitura tem uma dúvida de uma unidade de saúde, uma UPA, além de ter a possibilidade de moradias populares. Ali é um espaço muito grande, três vezes maior do que o parque municipal”, diz o deputado.
Se a área for destinada a moradias, há muita demanda em Belo Horizonte. A afirmação é de Edineia de Souza, representante do Movimento Nacional de Luta por Moradia.
“Começo pela necessidade de moradia do próprio entorno do aeroporto, tem uma população imensa de baixa renda, que mora mal e precariamente, que precisa de moradia adequada e que este local, com infraestrutura, possa prover os moradores disso”, diz Edineia.
Também há demanda para esporte e lazer. Neste segmento, a garantia é dada por Fabricio Rafael, que é coordenador de uma associação que reúne clubes amadores das regiões Noroeste e da Pampulha. Atualmente, equipes amadores treinam em um campo de futebol que fica dentro da área do aeroporto e que precisa de reforma.
“Nós precisamos de uma revitalização do campo, dos vestiários, tendo em vista que ali foi um local importante para muitos pais de famílias e suas crianças. Não podemos deixar acabar com o campo. Muitos atletas profissionais começaram jogando na várzea”, diz Fabrício.
Mas há deputados que são contrários ao fechamento do aeroporto. É o caso do deputado estadual, Bim da Ambulância, do Avante, que critica a ausência de um plano futuro para os profissionais que trabalham no local e para as atividades que são praticadas no aeródromo.
“Não existe nada de concreto para um pós-fechamento. O que existe é um movimento político e eleitoreiro, de interesse pessoal, para o fechamento. Agora, para um desdobramento, não estamos vendo nada de concreto”, diz Bim.
Já o deputado Alencar da Silveira Júnior, do PDT, diz que a região não tem infraestrutura adequada para receber uma grande concentração de moradias
“Fechar aeroporto é voltar ao passado. Colocar residências ali é um suicídio para o futurol Nâo podemos ter 2,5 mil moradias, onde não tem sistema viário, no Anel não tem como entrar nem sair, na Rua Padre Eustáquio, na pracinha São Vicente, será um gargalo que vai prejudicar muito a região”, diz Alencar.