Governadores se reúnem na noite desta segunda-feira (9), no Palácio do Planalto, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela primeira vez e de forma emergencial após os ataques realizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília.
O encontro é realizado no gabinete de Lula, um dos poucos espaços que ficaram preservados após o quebra-quebra realizado no Palácio do Planalto e nas sedes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). A reunião estava marcada para 27 de janeiro, mas foi antecipada depois da invasão dos prédios dos três Poderes.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), desembarcou em Brasília e, em entrevista exclusiva à Itatiaia, antes de entrar para a reunião no Planalto, criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de determinar o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e os pedidos de extradição contra o presidente Jair Bolsonaro.
Ouça a entrevista de Zema para a Itatiaia na íntegra
“Acho ambas as medidas desnecessárias. Primeiro precisa ter inquérito, apuração e, caso você detecte que alguém tem culpa e cometeu algum delito, aí você faz esse tipo de ação. Considero o afastamento do Ibaneis totalmente prematuro. Ele foi eleito pela população do Distrito Federal. Foi uma decisão contra o povo do Distrito Federal. Agora, que se averigue se teve alguma falha. E falha todos cometem. Uma coisa você ser um terrorista, outra é sua força de segurança não ter feito o melhor trabalho, ter tido algum descuido. É uma diferença muito grande e eu fico muito preocupado com essas ações precipitadas e julgamentos inquisitivos”, afirmou.
“Que prove o crime primeiro, a condenação, aí você faz a extradição”, falou sobre a questão que envolve o ex-presidente.
Antes de seguir para a reunião com Lula e os demais chefes de Executivo estaduais, esteve com governadores que apoiaram a eleição de Bolsonaro. Romeu Zema se reuniu com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).
“Nossa preocupação é comum, nós temos esse mesmo alinhamento que estamos dizendo. Estamos à frente dos estados mais desenvolvidos do Brasil, acreditamos na democracia, mas não nesse tipo de ação que começa a se transformar quase em uma perseguição”, afirmou.
Zema disse, ainda, que as reuniões em Brasília, tanto com Lula como com a presença da presidente do STF, Rosa Weber, tem caráter institucional e que serve para condenar as ações de destruição vistas na capital federal.
“Essas duas reuniões têm o caráter eminentemente institucional, nós fomos solicitados a comparecer para deixarmos claro o nosso apoio às instituições democráticas. Estamos aqui para deixar claro que não temos nenhum alinhamento com as ações de vandalismo, invasão, de destruição de equipamentos públicos, algo totalmente condenável”, completou.
Zema disse, ainda, que colocou à disposição, integrantes das forças de segurança de Minas Gerais.
