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Em novos áudios, Pedro Guimarães reclama de mudança em regra interna da Caixa

Limitação de participação em conselhos fez com que Guimarães deixasse de receber mais de R$ 100 mil

Ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães

Novos áudios divulgados nesta terça-feira (5) pelo portal Metrópoles mostram a insatisfação do ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, com mudanças internas do banco, que o impediram de participar de conselhos da estatal.

Em reunião com funcionários de seu gabinete no final do ano passado, Guimarães esbraveja contra uma mudança de regimento interno que havia sido aprovada pelo banco. A medida estabeleceu um limite à participação de diretores da Caixa em participar de conselhos. Na prática, a medida fez com que ele deixasse de receber mais de R$ 100 mil por mês.

“Foi feita uma mudança que não era para ter sido feita. Isso para mim é óbvio. Porque se a gente chegar e assumir que, durante seis meses, era para eu ter estado só em dois conselhos, como a gente vai resolver isso? Se eu nunca foi avisado disso. Ah, mas eu assinei uma coisa que eu tinha que saber. Como é que sai dessa sinuca de bico?”, questiona Guimarães aos assessores.

No comando da Caixa, Guimarães chegou a integrar 18 conselhos, que renderam jetons (gratificação extra) de mais de R$ 130 mil mensais. O valor se somava ao seu salário, de R$ 56 mil.

Em outro trecho da gravação, Guimarães xinga funcionários e diz que está sendo alvo de uma traição dentro do banco.

“Eu vou devolver o dinheiro, não tem condição. Como é que eu não vou devolver o dinheiro? Vai estourar essa merda daqui a seis meses, vão dizer que estou roubando a Caixa. Eu não estou, eu não sei, eu era contra, nunca ninguém falou isso para mim. Então, isso é traição. Porque isso passo usem nunca ninguém passar para mim”, disse o ex-presidente da Caixa.

Advogado nega irregularidade

O advogado de Pedro Guimarães, José Luis de Oliveira Lima, afirmou que o ex-presidente da Caixa “não extrapolou em nenhum momento os limites legais e estatutários no que se refere á participação em conselhos de administração”.

Segundo Oliveira, até novembro de 2021, a Caixa aplicava vedação prevista na Lei das Estatais apenas à participação remunerada em até dois conselhos de empresas públicas, sociedade de economia mista e suas subsidiárias. “Tal vedação não incluía empresas privadas”, diz.

Denúncias de assédio

Pedro Guimarães deixou o comando da Caixa Econômica Federal na semana passada, após virem à tona denúncias de assédio moral e sexual contra funcionárias do banco.

Ao portal Metrópoles, cinco mulheres relataram abordagens inapropriadas por parte de Pedro Guimarães. Elas não se identificaram, mas algumas já prestaram depoimento ao MPF.

Elas contaram de situações em que ele pedia a elas que levassem objetos pessoais até o seu quarto e que convidava mulheres bonitas, funcionárias da Caixa, para viajarem com ele durante eventos realizados pela estatal.

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