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Microsoft traz realidade mista para o Brasil

HoloLens 2 é dispositivo que permite interação entre atividades digitais e reais

HoloLens 2 permite colaboração entre profissionais a distância

Embora não seja novo, o HoloLens 2, da Microsoft, só agora chega oficialmente ao Brasil: nos EUA, está disponível desde 2019. O dispositivo de realidade mista permite interação com objetos digitais enquanto se mantém contato com o ambiente real.

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Voltado especialmente para empresas, tem uma versão comum e uma industrial. Isso não quer dizer, entretanto, que não possa ser usado por um consumidor final que esteja disposto a pagar o preço cobrado por ele: no Brasil, são US$ 7.729 pela versão mais simples. Além disso, não há aplicações para esse usuário.

Segundo a Microsoft, o preço alto é justificado pelo investimento feito no desenvolvimento de uma versão específica para o mercado brasileiro — nos EUA, o equivalente custa US$ 3.500. Marcondes Farias, diretor de produtos de Dynamics 365 e Power Platform da Microsoft Brasil, aponta que o modelo foi criado para as necessidades do Brasil e só é vendido aqui. “Ele é montado fora do país, mas, quando é pedido, é fabricado especialmente para vir para cá.”

O sistema operacional do HoloLens 2 é uma versão modificada do Windows 10, que leva o sufixo Holographic. O sistema usa processador Snapdragon 850, da Qualcomm, 4 GB de memória RAM, 64 GB de armazenamento interno e porta USB-C. O conjunto tem, ainda, acelerômetro, giroscópio, magnetômetro, microfone de cinco canais e alto-falante.

Todo o hardware de processamento de dados, inclusive a bateria, está instalado diretamente no dispositivo, acomodado na parte de trás do equipamento. A autonomia da bateria varia de duas a três horas de uso: isso depende, essencialmente, do que é projetado nas lentes e do processamento tridimensional executado pelo sistema.

Já na frente, estão os componentes relacionados à visão. Isso inclui quatro câmeras de luz visível, duas de infravermelho e sensor de profundidade.

Experimentação

A reportagem da Itatiaia teve a oportunidade de testar o HoloLens 2. Os óculos são bonitos e bem acabados, embora tenham o corpo feito em plástico. Além disso, podem ser usados confortavelmente: seus 566 g não pesam na cabeça durante o uso — pelo menos quando o tempo se limita a alguns minutos.

Os elementos que compõem a viseira do HoloLens 2 permitem que ele interprete o ambiente. Assim, ele avalia o tamanho físico da sala, os objetos existentes no local (com isso, se o usuário colocar, por exemplo, um item que está no plano virtual embaixo de uma mesa real, só vai conseguir vê-lo se se abaixar) e até os braços e as mãos do usuário — que permitem a inserção de comandos.

Além disso, há uma câmera de 8 megapixels que grava vídeos em 1.080 pixels a 30 quadros por segundo. Essas imagens são utilizadas em interações em vídeo quando dois profissionais debatem uma tarefa a distância. Quem está com os óculos pode observar o objeto de diferentes ângulos ao andar em torno dele — o que proporciona mais imersão —, bem como aumentar, diminuir, afastar e aproximar a imagem com um toque dos dedos.

A visualização aparece na viseira do HoloLens 2 como um holograma. A resolução tem densidade de 47 pixels por grau de visão — o suficiente para ler textos pequenos com nitidez. A projeção é a laser, o que garante visibilidade em qualquer condição de luz. Além disso, se necessário, as imagens podem ser enviadas para uma tela externa.

As lentes do dispositivo são um conjunto de espelhos. Eles oscilam a 54 mil vezes por segundo, mas isso é imperceptível para quem está usando o equipamento: não há qualquer vibração evidente. O rastreio das mãos é bastante preciso, mas parece que a abertura de apps ainda precisa de mais fluidez.

Entre as aplicações já disponíveis estão assistência técnica remota e avaliação de pacientes em unidades de terapia intensiva (UTI). O HoloLens 2 pode, ainda, permitir a realização de cirurgias em áreas remotas e mais aplicações. Centros médicos em outros países já usam o dispositivo para planejar cirurgias e realizar treinamento a distância de médicos e enfermeiros.

Além dos US$ 7.729 cobrados pelo modelo padrão, a opção industrial vai custar US$ 10.973 no Brasil (nos EUA, sai por US$ 4.950). Ambas têm os mesmos componentes, mas a versão mais cara apresenta certificações exclusivas e outros requisitos para ambientes industriais e salas limpas.