Ouvindo...

Catar investe em tecnologia para ser o país mais high-tech do mundo

Copa do Mundo 2022 pode ajudar a mostrar inovação em ação

Copa do Mundo 2022 vai ser vitrine para tecnologia

A Copa do Mundo do Catar começa em menos de duas semanas e certamente vai ser a mais tecnológica de todos os tempos. Estimativas apontam que foram investidos mais de US$ 220 bilhões para garantir que o campeonato vai ser altamente tecnológico — isso é 14 vezes mais do que foi gasto pela Rússia em 2018, por exemplo.

Um dos destaques é o sistema semiautomático de inteligência artificial para marcar impedimentos — usado pela primeira vez em uma Copa do Mundo. A ideia é agilizar e reduzir o tempo do árbitro de vídeo (VAR) durante as partidas.

Além disso, as camisas dos jogadores terão internet das coisas (IoT) para melhorar o treinamento dos atletas a partir de dados como temperatura corporal, nível de estresse, hidratação e outros sinais vitais obtidos de microssensores instalados no tecido. A IoT vai ser usada, ainda, na mobilidade urbana, com sensores para trazer informações sobre trânsito, vagas de estacionamento, horários de ônibus e metrôs.

Para o Catar, a Copa do Mundo 2022 pode ser uma forma de mostrar a inovação e o empreendedorismo sustentável em ação. Esse pequeno país investe muito em tecnologia e inovação: para se tornar a nação mais high-tech do mundo, estabeleceu o Qatar National Vision 2030.

Esse plano define a estratégia de futuro do país, a partir do reconhecimento de que a tecnologia da informação e os sistemas de comunicação são essenciais para garantir o desenvolvimento econômico. Nos últimos 10 anos, startups se estabeleceram por lá em busca de crescimento.

Metaverso e outros

A companhia aérea Qatar Airways aposta no metaverso em seu site. Os visitantes do endereço têm uma experiência de realidade virtual e interagem com “Sama” — nome de origem árabe que quer dizer “céu” — que representa a tripulação de cabine da empresa. É possível ver em detalhes as opções de assento oferecidas nos aviões.

Outra aposta do país é a computação quântica. No início de 2022, a Universidade Hamad Bin Khalifa (HBKU) recebeu US$ 10 milhões para ampliar os estudos no segmento. A partir da construção do Qatar Center for Quantum Computing (QC2), o país quer se tornar referência na fabricação de computadores quânticos, sistemas avançados de criptografia e inteligência artificial quântica nos próximos 10 anos.

A acessibilidade também faz parte desse processo. A startup Bonocle, que fica no Qatar Science & Technology Park, desenvolveu uma plataforma de entretenimento em braille que permite interação mais natural.

O dispositivo tem três botões hápticos, cada um com funções específicas para quem não enxerga ou tem visão reduzida a ler, escrever, contar, fazer medições e até jogar em tempo real. O protótipo é parte de um hub de empreendedorismo que incentiva o desenvolvimento de novas tecnologias.

Como tem clima desértico, o Catar investe em tecnologia para manter e aumentar a produção agrícola alimentos no país. Isso incluir o uso de estufas sazonais para produzir frutas, verduras e legumes o ano todo. Uma dessas abordagens é a aquaponia — que combina aquicultura e hidroponia, e usa bactérias para decompor excrementos de peixes para fertilizar as plantas.