Mesmo gratuitos, exames contra o câncer ainda esbarram em medo, vergonha e demora

Pesquisas revelam que renda, escolaridade e cor da pele influenciam no acesso ao rastreamento

Câncer de mama

Mesmo com exames gratuitos para detectar câncer de colo do útero e de mama, muitas mulheres ainda enfrentam obstáculos que vão além do acesso ao serviço. Medo do diagnóstico, vergonha, dor na realização do exame, demora para agendar ou receber o resultado e fatores sociais — como cor da pele, renda, escolaridade e situação de trabalho — continuam afastando parte das pacientes do rastreamento. As informações são da Agência FAPESP.

No país, o câncer de colo do útero é o terceiro mais frequente entre mulheres e o quarto que mais mata; o de mama é o mais comum, excluindo o câncer de pele não melanoma.

Dois estudos financiados pela Fapesp e conduzidos pela Fundação Oncocentro de São Paulo mostram que essas barreiras têm relação direta com desigualdades sociais. As pesquisas, feitas em 50 unidades básicas de saúde de 37 cidades de São Paulo, apontam que, apesar de mais mulheres terem acesso aos exames, os programas ainda não alcançam quem mais precisa.

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Os estudos revelam também como o medo e a experiência do exame afetam a adesão. Entre 384 mulheres de 25 a 64 anos, 41% disseram ter receio do resultado do Papanicolau; outras 30% reclamaram da demora para fazer o exame e para receber o laudo, e 29% relataram vergonha. Entre as mulheres com menor escolaridade e renda, os entraves foram ainda mais fortes.

Na mamografia, o cenário é parecido. Entre 170 mulheres de 50 a 69 anos, 59% apontaram a dor do exame como o principal motivo para evitar a mamografia; 44% mencionaram a longa espera, 40% tiveram dificuldade para agendar e 32% citaram medo do diagnóstico.

*Com informações de Agência FAPESP.

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