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Inteligência artificial aponta principal fator de risco de morte por covid-19

Algoritmo analisou dados médicos de pacientes

Uso de algoritmo eliminou limitação de dados a serem analisados

Dados de desfechos médicos de mais de 1,2 mil pacientes com covid-19 foram usados para entender qual é o principal fator de risco associado à mortalidade pela doença. Um algoritmo de inteligência artificial, desenvolvido por cientistas espanhóis, confirmou que a idade é responsável por aumentar a probabilidade de óbitos de pacientes.

Irene Nieto, pesquisadora associada à Sociedade Espanhola de Pneumologia e Cirurgia Torácica (Separ) e uma das autoras do estudo, aponta que o objetivo era identificar parâmetros clínicos e analíticos — usados rotineiramente na prática clínica — que pudessem prever pacientes com maior risco de morrer de covid-19. “O algoritmo ajudou a superar as limitações amostrais”, destaca.

Foram avaliados dados médicos de 1.246 pacientes infectados pelo novo coronavírus e hospitalizados em uma rede de 11 hospitais espanhóis. A idade média dos participantes do estudo era de 65 anos. Do total, 168 pacientes (13%) não resistiram à infecção e morreram em decorrência da doença.

A partir da análise dos dados médicos, os autores concluíram que a idade avançada é o principal fator de risco para óbitos por covid-19. O estudo, entretanto, avalia esse fator apenas para idosos. Isso quer dizer que, em pacientes mais jovens pode haver outros fatores envolvidos na mortalidade e isso ainda precisa ser mais bem investigado.

Além da idade, outros aspectos podem determinar o risco de mortalidade. Alguns reagentes, por exemplo — como proteínas que aumentam ou diminuem durante a fase aguda da infecção —, foram associados à alta taxa de mortalidade. É o caso da creatinina e da proteína C reativa. A taxa de concentração de glóbulos brancos também tem papel importante no processo.

Então, indivíduos que apresentam esses fatores de risco deveriam ser direcionados para tratamentos intensivos assim que diagnosticados. “As descobertas podem ser úteis para supervisionar pacientes com covid-19 na prática clínica e dirigi-los aos cuidados mais apropriados”, aponta Irene.