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Drones iluminam independência americana na Califórnia

Fagulhas de fogos de artifício podem causar incêndios em vegetações secas

Drones substituem fogos de artifício em comemoração nos EUA

Em vez de fogos de artifício, drones. É assim que a localidade de Lake Tahoe do Norte, na Califórnia (EUA), vai celebrar o 4 de Julho — dia da independência americana — nesta segunda-feira. Depois de dois anos sem comemorações, mais de 100 drones vão povoar o céu para uma apresentação coreografada de luzes.

Várias comunidades têm preferido a segurança e a sustentabilidade — em meio à seca enfrentada em diversas regiões. “Os fogos têm muitos impactos ambientais: poluição sonora, efeitos no lago e possibilidade de fogo em um momento em que os riscos de queimadas são tão altos”, diz Katie Biggers, diretora executiva da Associação do Centro de Tahoe City.

A seca extrema — piorada pelo aquecimento global — transforma a paisagem em caixas de fósforo: a vegetação ressecada é um espaço em que as queimadas avançam sem controle. O início do fogo só precisa de uma fagulha e as apresentações de fogos de artifício estão cheias delas.

Apenas em 2018, bombeiros de diferentes estados americanos atenderam cerca de 19.500 incêndios provocados por fogos de artifício. Nesses incidentes, houve 5 mortos, 46 feridos e prejuízo de US$105 milhões.

Não surpreende, então, que comunidades do oeste dos EUA — mais propensas a incêndios — passem a adotar os menos arriscados shows com drones. Além de Lake Tahoe do Norte, Galveston, Texas e Lakewood, no Colorado, entre outros, preferiram a mesma estratégia. Outras festas que deram espaço aos drones incluem a cerimônia de abertura da Olimpíada de Inverno de 2018 e a apresentação do intervalo do Super Bowl em 2017.

Apesar dos benefícios, o custo pode ser uma barreira para cidades pequenas. A Associação do Centro de Tahoe City pediu doações para financiar a apresentação: a conta pode chegar a US$ 25 mil ou mais, enquanto um show pequeno de fogos de artifício sai por US$ 2 mil.