Ainda que pouco falado, o tratamento é comum em pacientes diagnosticados com câncer, conforme explica a oncologista Laura Silva Costa, que atua no Hospital da Baleia, na região Leste de Belo Horizonte. “As quimioterapias orais podem ser usadas isoladas, ou associadas a radioterapia, a depender do tipo de tumor e estágio da câncer do paciente”, destaca.
A médica acrescenta: “As quimioterapias orais são mais utilizadas para tratamento de cânceres do trato digestivo, como reto, cólon e estômago, são medicamentos altamente efetivos contra esses tipos de cânceres”.
No entanto, pacientes com tumores em outras partes do corpo também podem realizar o tratamento. “Em alguns casos de câncer de mama, também podemos lançar mão da quimioterapia via oral. E em tumores do sistema nervoso central, o tratamento de escolha também é a quimioterapia via oral, associada ou não à radioterapia (nesse caso um medicamento de classe diferente ao utilizado em câncer de intestino ou mama)”, esclarece.
Porém, o tratamento do paciente, conforme a médica, “deve ser sempre individualizado, levando em consideração o tipo de tumor, o estágio da doença, condições de saúde, para definição do melhor para ele”.
Efeitos colaterais
O tratamento de quimioterapia oral não inibe os efeitos colaterais. “A quimioterapia via oral, assim como os medicamentos administrados pela veia, apresentam efeito clínico, mas também com potenciais efeitos colaterais, os sintomas que podem ser relatados pelos pacientes durante o uso do medicamento: como náuseas, vômitos, diarreia”.
Além disso, a médica explica que o medicamento usado por Preta possui os seguintes efeitos colaterais: “descamação, escurecimento e aumento de sensibilidade em palma das mãos e planta dos pés”.
“O maior benefício da quimioterapia via oral é a comodidade de realizar em domicílio, sem necessidade de comparecer em clínicas ou hospitais para administração do medicamento via venosa. Mas as consultas regulares antes de cada ciclo de quimioterapia são mantidas, para avaliação dos efeitos da medicação e se é possível continuar com o tratamento oncológico”, afirma.
O médico define a quantidade do medicamento levando em consideração peso e altura do paciente. “Uma contraindicação seria o paciente que não consegue se alimentar via oral, que às vezes demanda o uso de sonda. Nesses pacientes a gente opta pela quimioterapia venosa, pela não absorção do medicamento”, finaliza.