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Conheça Santa Rita Durão, distrito de Mariana que pode ser afetado por barragem da Vale

Agência Nacional de Mineração interditou barragem na Mina de Fábrica Nova após a empresa declarar instabilidade de pilhas de rejeitos

Igreja do século XVIII em Santa Rita Durão

Santa Rita Durão, distrito de Mariana, na região central de Minas, fundado no início do século XVIII, pode ser atingido pelo rompimento de uma barragem da Vale. A Itatiaia revelou, nesta segunda-feira (13), que as atividades foram interditadas na Mina de Fábrica Nova, logo acima do povoado de 295 habitantes, depois que a mineradora declarou que pilhas de rejeitos à frente da barragem estão instáveis.

O estudo da consultora Walm é de 2020, mas apenas em setembro de 2023 a Vale relatou a informação da instabilidade à Agência Nacional de Mineração (ANM).

Distante 35 km do centro de Mariana, o distrito Santa Rita Durão foi tombado pelo governo estadual em 1996, conforme o Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico). Faz parte do ‘Caminho dos Diamantes’, da Estrada Real, e tem como atrativos históricos a Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, a Capela de Nossa Senhora do Rosário, a Casa com Rótulas e Cruzes e parte preservada do casario colonial.

Registros históricos do estado e da prefeitura indicam que o distrito foi chamado de ‘Inficionado’ em 1702, por conta do baixo teor de ouro encontrado nos riachos da região. A localidade acabou batizada em homenagem ao frei Santa Rita Durão, que ali nasceu em 1720. Ele foi o autor de ‘Caramuru’, um dos poemas épicos nacionais, com o qual foi reconhecido como um dos pioneiros da literatura brasileira.

Para chegar a Santa Rita Durão, é possível dirigir pela Estrada Real (que passa por Camargos e perto do antigo Bento Rodrigues, distrito de Mariana destruído pelo rompimento da barragem da Samarco em 2015), ou pela MG-129, que liga Mariana à cidade de Santa Bárbara.

Veja imagens do núcleo histórico de Santa Rita Durão:

Enzo Menezes é chefe de reportagem do portal da Itatiaia desde 2022. Mestrando em Comunicação Social na UFMG, fez pós-graduação na Escola do Legislativo da ALMG e jornalismo na Fumec. Foi produtor e coordenador de produção da Record e repórter do R7 e de O Tempo