Setor financeiro lidera arrecadação de impostos federais no Brasil, aponta estudo

Confederação Nacional das Instituições Financeiras (Fin) apontou que o setor financeiro lidera o ranking desde 2011

Estudo foi desenvolvido pela Confederação Nacional das Instituições Financeiras (Fin)

O setor financeiro é o maior pagador de impostos federais no Brasil desde pelo menos 2011, segundo estudo da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (Fin), divulgado neste domingo (14). A análise, baseada em dados da Receita Federal, mostra que a contribuição tributária do segmento supera de forma consistente o peso da atividade na economia nacional.

Entre 2016 e 2021, a indústria financeira recolheu cerca de 10 pontos porcentuais a mais em tributos do que sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) indicaria. De acordo com o levantamento, o resultado ocorre em um contexto de elevada carga tributária no País, superior à registrada em 75% das nações, em patamares próximos aos de economias desenvolvidas.

O estudo ressalta que, ao mesmo tempo em que empresas brasileiras arcam com um volume elevado de impostos, cerca de 4,5% do PIB é destinado a desonerações para atividades específicas. “Consequentemente, enquanto as empresas no Brasil pagam um elevado volume de impostos, algumas atividades pagam muito mais do que outras”, afirmam os pesquisadores.

Os dados são divulgados em meio à disputa de narrativas entre bancos tradicionais e fintechs sobre qual segmento enfrenta maior tributação. No fim de novembro, o CEO do Nubank, David Vélez, declarou que a fintech é a maior pagadora de impostos do País, com alíquota efetiva de 31%. Em resposta, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) atribuiu a diferença à maior rentabilidade da instituição e acusou o Nubank de se beneficiar de “assimetrias regulatórias”.

Um dos maiores setores da economia

Segundo o relatório, a atividade financeira respondeu por 4,8% do PIB brasileiro em 2024, o equivalente a R$ 483,6 bilhões em valor adicionado, figurando entre os cinco maiores setores da economia. O segmento apresentou crescimento de 7,5% em 2023 e de 3,7% em 2024, acima da expansão do PIB no mesmo período, de 3,2% e 3,4%, respectivamente.

Para a presidente da Fin, Cristiane Coelho, os números evidenciam a relevância do setor. “Os dados mostram com clareza que o sistema financeiro brasileiro não apenas impulsiona investimento, inovação e consumo, como também sustenta uma parcela significativa do emprego formal e da arrecadação pública”, afirmou.

O crédito ao setor privado atingiu 93,5% do PIB em 2024, abaixo da mediana internacional de 139%, mas avançou 16,5 pontos porcentuais entre 2019 e 2024 — o terceiro maior crescimento entre cerca de 40 economias analisadas. No mesmo período, a mediana dos países avaliados registrou retração de 5,7 pontos porcentuais.

O levantamento também destaca o avanço das transações eletrônicas no País, impulsionado pela popularização do Pix, e o desempenho do mercado de trabalho no setor. Entre 2011 e 2021, o número de empregados cresceu, em média, 3,2% ao ano, enquanto a remuneração nominal avançou 7,4% ao ano.

De acordo com o economista Vinícius Botelho, gerente de Assuntos Econômicos da Fin, a dimensão do setor vai além dos números tradicionais. “Em 2024, ele respondeu por quase 5% do PIB brasileiro e foi a atividade, entre as grandes acompanhadas pelo IBGE, cujo desempenho mais se correlaciona com o consumo e o investimento futuros”, afirmou.

* Informações com Estadão

Leia também

A Rádio de Minas. Tudo sobre o futebol mineiro, política, economia e informações de todo o Estado. A Itatiaia dá notícia de tudo.

Ouvindo...