A visualização em tempo real de indicadores de produção tem se tornado uma das principais ferramentas para indústrias que buscam eficiência e redução de perdas. De acordo com Ingrith Cristina Machado Gonçalves, coordenadora do Senai-MG Centro 4.0, o uso de dados instantâneos dá às equipes uma “clareza imediata” sobre o desempenho fabril, permitindo ajustes rápidos e maior precisão no dia a dia.
Segundo ela, os indicadores mais decisivos são aqueles que mostram, sem atraso, onde estão as perdas e como a fábrica está performando naquele instante. Entre eles, destaca-se o OEE (Eficiência Geral dos Equipamentos), que combina disponibilidade das máquinas, velocidade real da produção e qualidade do que é produzido.
“Quando o OEE cai repentinamente, a equipe sabe na hora se houve uma parada, queda de ritmo ou aumento de refugo”, explica à Itatiaia.
Outros indicadores relevantes incluem produtividade por turno, tempo e motivo de paradas, taxa de refugo, aderência ao plano de produção e consumo energético.
Integração tecnológica e tomada de decisão mais rápida
Para que esses dados cheguem à equipe quase em tempo real, Ingrith explica que o processo envolve quatro etapas: coleta dos dados por sensores ou interfaces das máquinas, transmissão para um gateway ou servidor, tratamento das informações e visualização em dashboards dinâmicos.
“O objetivo não é tecnologia pelo glamour, e sim criar um fluxo de informação que ajude a tomar decisões no mesmo momento em que algo acontece”, afirma.
A coordenadora ressalta que os benefícios são diretos: ação imediata diante de desvios, redução de retrabalho, comunicação mais fluida entre áreas, menos achismo e uma rotina mais leve. Em suas palavras, visualizar o OEE em tempo real funciona como um alerta instantâneo: todos sabem exatamente onde atuar — no ritmo, na parada ou na qualidade.
Mesmo com o avanço das tecnologias, ela destaca que ainda existem desafios. Máquinas antigas, falta de padronização entre equipamentos, redes industriais limitadas e excesso de dados sem interpretação estão entre as principais barreiras.
Além disso, muitas equipes ainda não estão habituadas a trabalhar com indicadores em tempo real, o que exige adaptação de processos e capacitação.
Na prática, os dashboards têm se consolidado como ferramenta de alinhamento entre setores. A produção consegue observar gargalos e antecipar perdas; a manutenção identifica padrões de falha e reduz imprevistos; e a qualidade acompanha o refugo em tempo real para corrigir desvios no ato. Já a gestão passa a contar com uma visão clara do turno, sem depender de relatórios tardios. Para Ingrith, o painel funciona como “um batimento cardíaco da fábrica”: todos olham para o mesmo número e sabem onde atuar.
Aprenda com o Senai a implementar painéis de controle industrial. Fale com a gente agora mesmo: