A descentralização das operações e o uso intensivo de dados têm mudado a forma como a saúde do trabalhador é gerida nas empresas atendidas pelo Sesi Vida. Segundo Nayara Madureira Costa, coordenadora de Segurança e Saúde para a Indústria do Sesi de Belo Horizonte, a estrutura atual permite uma leitura precisa dos perfis populacionais e das necessidades específicas de cada setor produtivo.
“As 13 unidades operacionais do Sesi Vida estão distribuídas estrategicamente em Minas, o que garante capilaridade e rapidez nos atendimentos”, afirma à Itatiaia.
Ela explica que cada unidade é responsável pela execução dos contratos firmados com as indústrias, mantendo proximidade com as realidades regionais e rotinas de trabalho.
Integração de dados e leitura populacional
Nayara destaca que todos os exames ocupacionais como eletrocardiogramas, audiometrias, avaliações médicas e análises laboratoriais, são registrados em um sistema informatizado integrado.
De acordo com ela, esse modelo permite emitir relatórios técnicos e desenvolver painéis de Business Intelligence (BI) que embasam decisões mais precisas.
“Com essa estrutura, temos acesso a indicadores essenciais como absenteísmo, prevalência de doenças crônicas, consumo de álcool e tabaco e nível de atividade física”, explica.
Esses dados, segundo ela, direcionam ações personalizadas para cada indústria, ampliando a efetividade das intervenções e contribuindo para ambientes mais saudáveis e produtivos.
A análise de riscos também é apoiada por dados. Antes da elaboração do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), a equipe de Engenharia de Segurança realiza o reconhecimento dos riscos do PGR, que é integrado ao sistema ‘S+’. Nayara destaca que as informações alimentadas ali subsidiam toda a estruturação dos programas de saúde.
“O aumento de absenteísmo, alterações nos exames e até queixas relatadas durante os atendimentos médicos são dados que ajudam a identificar riscos não mapeados inicialmente”, afirma. Essa leitura, diz ela, orienta atualizações no mapeamento de riscos e a criação de planos de ação específicos.
Do modelo tradicional ao modelo baseado em dados
Nayara observa que a evolução tecnológica mudou profundamente a área de Saúde Ocupacional. “Ferramentas como BI e Inteligência Artificial ampliaram a capacidade das empresas de promover saúde de forma mais assertiva e preventiva”, diz.
Ela reforça que o modelo tradicional, baseado apenas em documentos legais e exames básicos, limitava a visibilidade e a capacidade de mensurar a eficácia das ações.
Com a centralização dos dados, pontos críticos como adesão a exames, incidência de doenças crônicas, setores com mais queixas ou aumento de faltas passam a ser visualizados rapidamente. Essa leitura possibilita ações direcionadas, como intervenções ergonômicas, campanhas de prevenção, programas de saúde mental e ajustes em setores com padrões anormais de absenteísmo.
Impactos diretos nos indicadores das empresas
A personalização das ações, baseada nos dados populacionais, impacta diretamente a produtividade das empresas atendidas. “Pessoas saudáveis produzem mais e faltam menos”, enfatiza Nayara.
A centralização dos dados permite atuar exatamente onde o problema está, melhorando desempenho, reduzindo afastamentos e fortalecendo a gestão preventiva.
Os benefícios são amplos: redução de custos com planos de saúde, maior retenção de talentos, melhoria do clima organizacional, diminuição de acidentes e adoecimentos ocupacionais e até a possibilidade de economia tributária por meio de melhores indicadores de SST, influenciando alíquotas do FAP/RAT.
Segundo Nayara, essa transformação coloca a saúde como parte estratégica das empresas. “Quando os dados são usados de forma integrada, a gestão se torna mais eficiente, sustentável e alinhada às necessidades reais da força de trabalho”, afirma.
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