A segurança do trabalho passa por uma revolução nas pequenas e médias indústrias:
O movimento é confirmado por estudos recentes. Um deles, desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Porto em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), intitulado “Gestão de riscos de saúde e segurança na Indústria 4.0" e publicado na Revista GeSec, destacou a importância da participação dos trabalhadores e da adaptação cultural para que essas inovações realmente façam diferença no dia a dia das empresas.
O que mudou com a tecnologia
“As ferramentas digitais ajudam a enxergar os riscos com mais especificidade”, diz Louise Palhares. “Os sistemas digitais permitem enxergar riscos com precisão que antes não existia.” Plataformas permitem acompanhar tudo em tempo real, dando ao empresário um panorama completo: “Os sistemas ajudam a entender de forma ampla e em tempo real o que se passa no chão de fábrica, ajudando a tomar decisões mais assertivas”, comenta Louise.
Essa nova rotina industrial é apoiada por sensores conectados e inteligência artificial. O estudo da Revista GeSec deixa claro: fábricas que usam essa tecnologia conseguem “prever e evitar acidentes”, porque monitoram máquinas e pessoas de perto, avisando sobre problemas antes que se tornem casos graves. O segredo está em integrar plataformas digitais fáceis de usar com ferramentas acessíveis e adaptadas ao tamanho de cada empresa.
Soluções acessíveis
Segundo Louise, “a obrigatoriedade do e-Social, especialmente o S-2240 (tipo de informação que o empregador precisa enviar ao e-Social que diz respeito às condições do ambiente de trabalho), acelerou a digitalização da segurança do trabalho”.
O que é uma dificuldade para muitos, na verdade abriu novas portas: “Hoje, pequenas e médias empresas encontram sistemas digitais de gestão de riscos (PGR/GRO) que facilitam controles e geram relatórios automáticos, sem burocracia.” Algumas dessas soluções até usam inteligência artificial para ajudar na criação de laudos e na interpretação das regras, tornando todo o processo menos complicado.
O estudo publicado na GeSec reforça que fábricas mais seguras não são só aquelas cheias de tecnologia, mas sim as que treinam seu pessoal. O trabalho mostra que “a prevenção depende da participação de toda equipe, do chão de fábrica ao escritório”, colocando o trabalhador como peça central na construção de ambientes mais saudáveis.
O papel das pessoas
Mesmo com novas ferramentas, o lado humano pesa bastante: “O grande desafio é escolher e implantar um software certo para a rotina da empresa”, reconhece Louise. Mais do que isso, ela lembra que “existe a dificuldade da equipe para entender e se adaptar à nova tecnologia”. Ou seja, não basta comprar um sistema: é preciso treinar, conversar e envolver todo mundo para que as mudanças peguem de verdade.
O estudo da GeSec aponta que, para que a tecnologia faça diferença, o time precisa se sentir parte do processo. “A falta de treinamento é um risco real” e pode até trazer mais acidentes se as pessoas não souberem usar as ferramentas, diz o artigo. Dá para evitar? Claro: investir nas pessoas é tão importante quanto investir em sensores e plataformas digitais.
Por que investir em prevenção digital
“A segurança digital não é uma moda, é uma necessidade”, resume Louise. Quando o empresário aposta em tecnologia e capacita seu time, ganha duas vezes: tem mais segurança e ainda valoriza o trabalhador. Empresas que colocam a prevenção no dia a dia chegam mais longe, e garantem o futuro dos seus negócios e das pessoas que neles trabalham.
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