CNI divulga balanço da participação na COP 30: descarbonização foi tema chave

Setor industrial amplia protagonismo em políticas climáticas, alavancando inovação e engajamento global no combate às mudanças do clima

Empresas e governos estabeleceram novas metas para acelerar a transição energética

A COP 30, realizada em Belém, marcou não apenas avanços políticos globais contra a mudança do clima, mas também uma mudança de postura da indústria brasileira, apontada pela CNI como protagonista e articuladora de soluções concretas.

O diagnóstico divulgado na Agência de Notícias da Indústria pela Cofederação Nacional da Indústria aponta uma atuação madura do setor industrial, que saiu do papel de espectador e se consolidou como parceiro relevante no desenho e na implementação de políticas ambientais, se alinhando a tendências internacionais e ampliando seu poder de influência dentro e fora do Brasil.

Protagonismo e articulação setorial

Para a CNI, a participação na COP 30 demonstrou que a indústria brasileira assume agora papel estratégico na transição para a economia de baixo carbono, sendo capaz de dialogar em alto nível com governos, organismos multilaterais e outros setores produtivos. A entidade ressaltou que o setor industrial apresentou propostas técnicas importantes, como a Carta de Engajamento pela Descarbonização, organizando rotas tecnológicas e metas para acelerar a transição energética no país.

O acesso ao financiamento climático, foco de grande parte das discussões, é visto pela CNI como premissa indispensável para que o parque fabril brasileiro avance em inovação verde, indicando maturidade na avaliação dos entraves e das oportunidades expostas no evento.

Liderança brasileira e instrumentos inéditos

A COP 30 ficou marcada pela liderança brasileira em discussões sensíveis, como a transição dos combustíveis fósseis e a interrupção do desmatamento, colocando temas estruturantes no centro da agenda política global. Além disso, a conferência resultou na criação de novos instrumentos, como o Mapa do Caminho para Transição Global Justa e o Acelerador de Implementação Global, iniciativas que estimulam decisões colaborativas e que foram saudadas como conquistas essenciais em meio ao cenário de tensões geopolíticas.

A CNI reconheceu que ao influenciar essas negociações e ao se mostrar capaz de integrar a agenda nacional ao contexto internacional, o setor industrial fortaleceu sua posição de respeito e autoridade nos bastidores da COP30.

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Avanços técnicos: integração, adaptação e novas frentes

No campo técnico, a avaliação da CNI é de que o setor industrial brasileiro contribuiu ativamente para a ampliação do escopo das negociações, abrangendo não só as emissões e a transição energética, mas também a adaptação, o mapeamento de riscos e as respostas a emergências climáticas.

O lançamento do Protocolo Nacional de Resposta a Emergências Climáticas, desenvolvido com o Ministério da Saúde, foi considerado um marco relevante para a integração entre indústria, poder público e sociedade, servindo de modelo para outros países no tratamento de eventos extremos.

Desafios e oportunidades futuras

O balanço apresentado pela CNI sugere que a COP 30 consolidou os temas da descarbonização, financiamento, tecnologia e inclusão social (gênero, povos indígenas, comunidades afrodescendentes) como eixos da agenda futura do setor industrial.

Para a entidade, o desafio agora é transformar compromissos em resultados tangíveis, aproveitando as oportunidades de inserção do Brasil como referência global em soluções climáticas inovadoras e na promoção de cadeias de valor ambientalmente responsáveis.

Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.

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