Os cinco pontos críticos que ainda comprometem a segurança nas indústrias brasileiras

Especialista do Sesi-MG explica como falhas de gestão, capacitação e comunicação aumentam riscos e dificultam a prevenção

Treinamentos e procedimentos bem definidos ajudam a reduzir erros e fortalecer a cultura de segurança

A gestão de saúde e segurança no ambiente industrial ainda enfrenta obstáculos que vão muito além da adoção de equipamentos de proteção. Segundo Tiago José da Costa Ferreira, especialista em Segurança e Saúde para a Indústria do Sesi-MG, grande parte dos acidentes e incidentes tem origem em falhas de gestão que poderiam ser evitadas com ações estruturadas, alinhamento das lideranças e processos mais claros.

Tiago explica que os cinco erros mais frequentes começam pela falta de compreensão da segurança como valor fundamental por parte da alta direção, o que enfraquece toda a cadeia de prevenção.

Ele também aponta que muitas lideranças deixam de atuar como referência. “Lideranças que não atuam como exemplo em relação à prevenção de acidentes comprometem diretamente o comportamento dos times”, afirma à Itatiaia.

Outro erro recorrente é a tendência à culpabilização de pessoas, em vez da análise dos processos. Para Tiago, essa abordagem limita a evolução das práticas preventivas.

A lista ainda inclui a ausência de procedimentos claros e bem definidos e uma comunicação ineficaz, que dificulta o entendimento das normas e favorece condutas inseguras.

Impactos da capacitação e da comunicação falha

De acordo com Tiago, a falta de treinamento adequado tem efeito direto na prevenção. “Um empregado mal capacitado cumpre mal os processos definidos pela organização em termos de prevenção a acidentes”, afirma.

Ele acrescenta que isso também implica no não atendimento à legislação vigente, ampliando riscos e favorecendo comportamentos inseguros.

A comunicação interna, quando falha ou inexistente, também gera problemas significativos. O especialista observa que a ausência de mensagens claras e frequentes leva ao descumprimento de procedimentos, ao não atendimento de requisitos legais e até a perdas materiais.

“A falta de um processo estruturado de comunicação interna pode gerar diversos impactos negativos na saúde e segurança dos trabalhadores”, reforça.

Outro ponto crítico é a falta de monitoramento. Sem indicadores precisos, ações preventivas se tornam ineficientes. Segundo Tiago, uma gestão centrada apenas em respostas após acidentes ou adoecimento “é insuficiente para evitar a reincidência dessas situações”.

Como corrigir falhas e fortalecer a prevenção

Para evitar esses erros, Tiago destaca estratégias que passam pela participação ativa das lideranças e pela modernização da gestão. Entre as ações recomendadas estão:

  • Envolver a alta direção na tomada de decisão por meio do acompanhamento de indicadores e resultados de SST;
  • Capacitar lideranças para que atuem como exemplo direto na prevenção;
  • Implementar análises de acidentes com foco em causas de processo, evitando a responsabilização individual;
  • Adotar métodos de comunicação interna eficazes, com lições aprendidas e acesso facilitado a informações;
  • Estabelecer um modelo de gestão bem definido, com procedimentos claros, capacitação e melhoria contínua.

Para o especialista, somente um sistema estruturado e conectado às demandas reais do ambiente industrial é capaz de reduzir riscos e promover ambientes mais seguros e saudáveis.

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Erem Carla é jornalista com formação na Faculdade Dois de Julho, em Salvador. Ao longo da carreira, acumulou passagens por portais como Terra, Yahoo e Estadão. Tem experiência em coberturas de grandes eventos e passagens por diversas editorias, como entretenimento, saúde e política. Também trabalhou com assessoria de imprensa parlamentar e de órgãos de saúde e Justiça. *Na Itatiaia, colabora com a editoria de Indústria.

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