Estudo propõe expansão da capacidade das interligações regionais do setor energético

Relatório aborda soluções estruturantes para ampliar o intercâmbio de energia entre as regiões Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil entre 2033 e 2035

Estudo propõe expansão da capacidade das interligações regionais

A expansão das interligações regionais no Sistema Interligado Nacional (SIN) deverá ganhar um novo salto a partir de 2033 com a implantação do bipolo Nordeste II, de acordo com estudo realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

O objetivo é ampliar a capacidade de exportação do Nordeste para 24 GW e, simultaneamente, reforçar a importação da região Sul, que poderá chegar a 17 GW em 2033 e 18 GW em 2035. A medida busca atender ao avanço acelerado da geração eólica e solar no Nordeste e ao crescimento da demanda no Sul, onde a expansão da oferta tem sido limitada.

Segundo o diagnóstico, a região Nordeste deverá alcançar cerca de 60 GW de capacidade instalada em renováveis até 2033, o que exige novos corredores de escoamento para evitar perdas e restrições operativas. Já no Sul, o aumento da carga e a dependência de condições hidrológicas mais severas tornam a ampliação da interligação com o Sudeste uma ação estratégica para garantir o atendimento ao consumo.

Tecnologia HVDC-VSC

A solução estruturante proposta é o bipolo HVDC Nordeste II, que ligará Angicos (RN) a Itaporanga 2 (SP) por uma linha de transmissão em corrente contínua de até 2.500 km. A tecnologia VSC, escolhida para o projeto, oferece maior controle de tensão e reforça a estabilidade do sistema em áreas com grande presença de geração renovável. A obra será acompanhada por uma série de reforços em corrente alternada entre Sudeste e Sul, incluindo novas linhas de 500 kV e 525 kV e ampliações de subestações.

Além de responder ao crescimento da geração e da demanda, o estudo incorpora lições aprendidas após o evento de agosto de 2023, quando ajustes em modelos de usinas eólicas e solares reduziram limites de intercâmbio e exigiram atualizações na base de dados do planejamento. Com isso, as recomendações buscam minimizar riscos e garantir que as obras tragam benefícios reais ao sistema no longo prazo.

Investimentos

O investimento total previsto é de cerca de R$ 26,5 bilhões, sendo 65% destinado às instalações em corrente contínua. A EPE classifica o conjunto de obras como uma decisão de “mínimo arrependimento”, capaz de fortalecer a segurança elétrica do país, melhorar o aproveitamento da energia renovável e aumentar a resiliência do SIN diante de condições climáticas mais severas.

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Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), atualmente mestranda em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já atuou na Band Minas e na TV Alterosa.
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