Bolsa reage mal a possível escolha de Flávio Bolsonaro à Presidência sobre Tarcísio

Mercado esperava que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fosse a escolha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

Mercado prefere o governador de São Paulo como candidato da direita em 2026

A especulação de que o senador Flávio Bolsonaro, filho 01 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seja a escolha do pai para disputar a Presidência da República sobre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), repercutiu de maneira negativa no mercado financeiro nesta sexta-feira (5). A notícia fez com que o Ibovespa, principal indicador do mercado, despencasse de 165 mil pontos para 161 mil.

Na avaliação de Matheus Amaral, especialista de renda variável do banco Inter, o trade eleitoral está influenciando fortemente o Ibovespa nesta tarde, refletindo a queda na maioria dos ativos. “A possibilidade de mudança de rota nas eleições presidenciais, passando de Tarcísio de Freitas candidato para Flávio Bolsonaro trouxeram volatilidade para o mercado hoje”, explicou à Itatiaia.

Segundo o especialista, esse tipo de movimento será mais comum em 2026, na medida em que o pleito se aproxima. Amaral ainda ressalta que o mercado vê em Tarcísio um nome forte para um ajuste fiscal nas contas públicas, além do histórico que o governador de São Paulo possui com privatizações.

“Ou seja, esse nome perdendo força com seu aliado, o ex-presidente Bolsonaro indicando seu filho, traz fraqueza para o trade Tarcísio, aquele que o mercado parece preferir”, completou especialista de renda variável do Inter.

A bolsa brasileira caminhava para bater o quarto recorde seguido no fechamento da semana, mas agora vai precisar recuperar o fôlego para evitar uma perda tão expressiva. Nessa quinta-feira (4), o indicador chegou a superar os 164 mil pontos no pregão, com investidores repercutindo dados fracos do Produto Interno Bruto (PIB).

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O PIB do terceiro trimestre teve um avanço modesto de 0,1%, com uma desaceleração dos serviços, abaixo da estimativa de 0,2% do mercado financeiro. O resultado aumenta as apostas para um corte na taxa básica de juros (Selic) por parte do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), uma vez que a acomodação da economia pode influenciar a decisão dos diretores da autoridade monetária.

A Selic está mantida em 15% ao ano como uma estratégia para desacelerar o consumo e levar a inflação para o centro da meta de 3%. Atualmente, o Índice de Preços Nacional ao Consumidor Amplo (IPCA), está acumulado em 4,68% nos últimos 12 meses.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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