A BRZ assinou um memorando de entendimento para combinação dos negócios com a Fica Empreendimentos, antiga CR2, e ingressou na bolsa de valores após diversas tentativas.
Pelo acordo, a nova companhia resultante da fusão terá 85% de participação da BRZ e 15% da Fica, que é listada na bolsa desde 2007, mas vinha apresentando um nível pequeno de atividades operacionais nos últimos anos.
No novo grupo, o nome e a marca da BRZ serão mantidos, e as ações vão ganhar um novo ticker na B3.
O presidente do conselho de administração da BRZ, Marcelo Tolentino, afirmou que “esta é uma transformação estratégica. A BRZ leva sua escala, crescimento e modelo de negócios para o mercado de capitais, mantendo sua identidade e cultura”, escreveu em nota.
A BRZ atua no mercado imobiliário do segmento popular, voltada ao Minha Casa Minha Vida (MCMV), em 34 cidades nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2024, teve lançamentos, vendas e receita líquida na ordem de R$ 1 bilhão e possui o patrimônio líquido de R$ 280 milhões.
Já a Fica é uma das incorporadoras listadas em Bolsa após a primeira onda de aberturas de capital (IPOs, na sigla em inglês), mas suspendeu novos projetos durante a crise que se instaurou no mercado imobiliário nos idos de 2014 a 2016.
A empresa atua agora apenas em São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2024, fechou o ano com patrimônio líquido de R$ 79 milhões. Um dos seus principais ativos é um terreno de 2,9 milhões de metros quadrados no Rio, voltado para empreendimentos do Minha Casa Minha Vida.
Ao combinar negócios, a BRZ ‘toma um atalho’ para ingressar no mercado de capitais, considerando que nos últimos anos já havia preparado sua estrutura de governança corporativa para esse movimento.
“Esta operação foi cuidadosamente estruturada para gerar valor e proteger o acionista minoritário da Fica, ao mesmo tempo em que cria uma nova companhia com a reconhecida excelência operacional da BRZ no Minha Casa Minha Vida”, afirmou o presidente do conselho da Fica, Alexandre Coelho.
*Com Estadão Conteúdo