O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, afirma que o empréstimo consignado privado, ligado à Carteira de Trabalho por meio do “Crédito do Trabalhador”, criado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode levar à informalidade.
Em entrevista à Itatiaia, ele defendeu que é importante que trabalhadores menos informados não caiam em uma “ciranda financeira” com “juros proibitivos ou inviáveis” ou “até mesmo extorsivos” e classifica que há taxas muito elevadas, que são incompatíveis com a renda do trabalhador e com a realidade do mercado.
“Está havendo um abuso de algumas instituições financeiras e a gente entende que a limitação da taxa vai trazer um um limite assim como tem no aposentado do INSS e para os servidores públicos. O exagero provoca que o trabalhador perca renda, claro, porque se ele contrata o empréstimo a 15% de juros, ele não vai conseguir pagar”, pontua.
Com isso, na visão do chefe da entidade empresarial, perde-se um consumidor em enrascadas financeiras que podem ser provocadas pelos empréstimos. “Você é alguém negativado, a pessoa vai ter problemas com isso e no caso agora dessa modalidade de empréstimo, a carteira de trabalho fica com empréstimo, então mesmo que ele peça a demissão do emprego, na hora que ele arrumar outro emprego, começa a debitar também o financiamento”, explica.
“Então ele fica quase que excluído ali do mercado de trabalho, tem que trabalhar de bico para eventualmente receber algo porque se ele voltar a trabalhar com carteira assinada, o empréstimo será descontado”, conclui.