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Exposição ‘Fullgás’ mergulha na cultura dos anos 80 para comemorar 12 anos do CCBB/BH

Além de artes visuais a mostra traz para o público emblemas da cultura pop da época, como música, TV, quadrinhos, revistas e capas de discos

Um caos organizado com muitos trabalhos de artistas consagrados, uma boa dose de música, personalidades, moda e uma variedade enorme de itens e objetos que surgiram no caldeirão cultural dos anos 80 no Brasil.

Assim é “Fullgás - artes visuais e anos 1980 no Brasil” a exposição que o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Belo Horizonte recebe entre 27 de agosto e 10 de novembro. A mostra traça um panorama da produção cultural dos anos 1980, década marcada por transformações políticas, sociais e estéticas, reunindo mais de 300 obras de 200 artistas de todo o Brasil.

A exposição traz para o público os emblemas da cultura pop da época, como música, TV, quadrinhos, revistas e capas de discos. A curadoria é de Raphael Fonseca, Amanda Tavares e Tálisson Melo, resultado de uma pesquisa aprofundada que selecionou nomes consagrados das artes visuais como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes, Daniel Senise, Leonilson, Luiz Zerbini e Leda Catunda, além de artistas de destaque de outras regiões, como Kassia Borges (GO), Sérgio Lucena (PB), Vitória Basaia (MT) e Raul Cruz (PR).

Núcleos conceituais

A mostra está organizada em cinco núcleos conceituais, cada um inspirado em uma música que marcou a década de 80.

A primeira parte chamada de “Que país é este? (1987)”, reflete sobre o fim da ditadura militar e a transição para a democracia, abordando questões políticas, econômicas e sociais, como movimentos negros, de mulheres, indígenas, seringueiros, o movimento punk e debates sobre a Constituição. Inclui obras de Aprígio e Frederico Fonseca, Miguel Chikaoka, Arthur Bispo do Rosário e Tizuka Yamasaki.

O núcleo “Beat acelerado (1985)”, concentra-se na aceleração do tempo, no prazer e na explosão de cores no pós-ditadura, com destaque para pinturas e esculturas vibrantes de artistas como Beatriz Milhazes, Leda Catunda e Marcos Chaves.

Na seção “Diversões eletrônicas”o foco está na influência da televisão, das novas tecnologias e da estética futurista, com experimentações que incorporam computadores, videocassetes e fotografias. Apresenta trabalhos de Luiz Hermano, Alex Vallauri, Cristina Salgado e Jayme Figura.

O núcleo “Pássaros na garganta (1982)”: Traz obras voltadas para questões ambientais, ecológicas e indígenas, além de reflexões sobre a propriedade da terra. Reúne paisagens e esculturas de artistas como Cristina Canale, Hélio Melo, Siron Franco e Vitória Basaia.

E por fim, a seção “O tempo não para (1988)”: Encerra a mostra com obras que tratam da passagem do tempo e da finitude, com trabalhos de Ana Amorim, Fernanda Gomes, Nuno Ramos e Leonilson.

Tudo isso junto com itens que farão quem viveu a década de 80 embarcar na nostalgia da infância e da adolescência. As capas de discos de vinil da época já são um prato cheio para as lembranças, sem contar as revistas como “Manchete”, “Veja”, “Capricho” e “Isto É" que trazem nas capas desde os momentos históricos até os ícones da cultura pop, da música e da televisão que conquistaram multidões de fãs durante a década.

Imperdível a montagem de uma banca de jornal com vinis e revistas da época, mostrando fatos marcantes do período, assim como uma instalação inédita do artista paraense Paulo Paes, um grande balão produzido especialmente para a mostra, ambos no espaço do pátio do edifício.

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Serviço

  • Exposição ‘Fullgás - artes visuais e anos 1980 no Brasil’
  • Datas: 27 de agosto a 10 de novembro
  • Horários e dias: todos os dias, das 10h às 22h, exceto às terças
  • Galerias do 3º Andar e Pátio do CCBB BH
  • Endereço: Praça da Liberdade, 450 - Funcionários, Belo Horizonte
  • Ingressos: Entrada gratuita, com retirada pelo site ou na bilheteria física.
Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.