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ANTT admite que novo marco do transporte rodoviário não agradou ao setor

Audência pública da ANTT termina com insatisfação de representantes do setor

ANTT admite que novo marco do transporte rodoviário não agradou

A audiência pública realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) na terça-feira (1º), em Brasília, para discutir a regulamentação da prestação do serviço regular de transporte rodoviário coletivo interestadual de passageiros (TRIIP), terminou com insatisfação generalizada de representantes do setor, que não tiveram os questionamentos respondidos pela agência. O impasse foi admitido pelo próprio superintendente de Transporte e Passageiros da ANTT, Juliano de Barros Samôr, ao final da sessão, que reconheceu que a proposta não agradou, sendo necessária uma nova avaliação e eventual aperfeiçoamento da minuta, sem dar uma previsão de quando o processo será finalizado.

“Pelo que eu entendi, todo mundo está insatisfeito com o momento que estamos vivendo hoje. Precisamos de algum direcionamento (...), é isso que vai ser essencial no nosso procedimento, na nossa análise. Provavelmente a gente não tenha uma ideia de como vai finalizar esse processo porque precisa realmente tratar das contribuições dos senhores e aperfeiçoar”, destacou o superintendente.

Conhecida como Marco Legal do transporte rodoviário, uma das principais polêmicas da proposta de regulamentação é o estabelecimento de exigências e limitações para autorizar o ingresso de novas operadoras, principalmente as rotas mais atrativas, como por exemplo, Salvador, São Paulo e Brasília, trechos em que a concentração de mercado se manteria.

Também há regras que limitariam e retardariam a entrada de novas empresas, como a inclusão de um período de transição de um ano até que os interessados entrem com novos pedidos. Assim, o novo marco se distancia da proposta original, que era favorecer o regime de autorizações no lugar das licitações, mudança endossada pelo STF recentemente.

Lucas Ragazzi é jornalista investigativo com foco em política. É colunista da Rádio Itatiaia. Integrou o Núcleo de Jornalismo Investigativo da TV Globo e tem passagem pelo jornal O Tempo, onde cobriu o Congresso Nacional e comandou a coluna Minas na Esplanada, direto de Brasília. É autor do livro-reportagem “Brumadinho: a engenharia de um crime”.