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Zema decide que chefe da PC fica até abril e já estuda três nomes para o posto

Cúpula ainda debate escolha de sucessor no comando da instituição

A coluna apurou que a mudança vai ocorrer por conta de problemas internos no Estado e na própria polícia

ATUALIZAÇÃO (17/02 - 19h15): Uma reviravolta na condução do comando da Polícia Civil fez com que a cúpula do governo de Minas decidisse não mais esperar até o dia 15 de abril para exonerar o delegado Joaquim Francisco Neto e Silva do comando da instituição, mas trocá-lo já neste sábado (18).

A coluna apurou que, ao longo desta sexta (17), um dia depois do acordo proposto pelo governador Romeu Zema e pelo vice Mateus Simões, a cúpula do Executivo se irritou com comportamentos tidos como inadequados pelo delegado e, por isso, agilizou a mudança.

Na quinta, uma reunião na Cidade Administrativa havia decidido pela permanência temporária de Joaquim até o meio de abril - a ideia era evitar que a mudança na Polícia Civil se tornasse uma crise institucional como aconteceu na Polícia Militar, que teve seu chefe de Estado Maior trocado por conta de uma turbulência política.

Apesar do acordo firmado na quinta, Joaquim Neto teria desagradado interlocutores do governo ao citar possíveis retaliações internas na PC.

A mudança no comando da PC vai ocorrer por conta de problemas internos no Estado e na própria polícia - há o entendimento de que o delegado seja “duro demais” e não atenderia pedidos externos, fato que desagradaria setores de articulação política no governo.

Durante a reunião de quinta-feira, três nomes foram citados para assumir a instituição: a atual chefe de gabinete de Joaquim, a delegada Águeda Bueno Nascimento, o delegado Vinícius Sampaio, chefe do 8° Departamento em Governador Valadares, e o delegado Pedro Henrique Rabelo Bezerra, do 17º Departamento de Pouso Alegre.

Lucas Ragazzi é jornalista investigativo com foco em política. É colunista da Rádio Itatiaia. Integrou o Núcleo de Jornalismo Investigativo da TV Globo e tem passagem pelo jornal O Tempo, onde cobriu o Congresso Nacional e comandou a coluna Minas na Esplanada, direto de Brasília. É autor do livro-reportagem “Brumadinho: a engenharia de um crime”.