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Mais uma empreiteira fecha acordo de leniência com Minas por fraudes na obra da Cidade Administrativa

A Odebrecht, que mudou de nome para OEC S.A., vai pagar R$ 202,4 milhões num período de 21 anos

Inicialmente, a construção da Cidade Administrativa foi orçada em R$ 900 milhões. O Tribunal de Contas do Estado

O governo de Minas selou mais um acordo de leniência com uma das construtoras envolvidas no esquema de corrupção feito durante a construção da Cidade Administrativa, entre 2008 e 2010. A Odebrecht, que mudou de nome para OEC S.A., vai pagar R$ 202,4 milhões num período de 21 anos, com parcelas corrigidas pela Selic, à Cemig e ao Estado. O anúncio deve ocorrer nesta quarta-feira (23).

Além do acordo de leniência, também foi feito um Acordo de Não Persecução Cível com o Ministério Público de MG, que envolve também a empresa Novonor S.A. As negociações ocorrem com a anuência da Controladoria-Geral do Estado (CGE) e da Advocacia-Geral do Estado (AGE).

Esse acordo será o último feito entre o governo mineiro e as empresas denunciadas por corrupção no esquema da construção da Cidade Administrativa. Os outros dois foram fechados com a OAS, agora chamada de Coesa S.A, no valor de R$ 42,7 milhões pagos por 19 anos, e com a Andrade Gutierrez, por R$ 128,9 milhões, a ser quitado até 2030.

Em 2020, a Polícia Federal indiciou empresas e políticos por conta do esquema. Segundo os investigadores, um processo de licitação foi dirigido para que um grupo de empreiteiras vencesse a concorrência. Foram encontrados, ainda, indícios de desvio de recursos públicos a partir de contratações fictícias, cujas prestações de serviços não foram executadas. A investigação apontou que o prejuízo aos cofres públicos totalizaram quase R$ 747 milhões.

Inicialmente, a construção da Cidade Administrativa foi orçada em R$ 900 milhões. O Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) afirma que o custo da obra passou de R$ 1,8 bilhão.

Lucas Ragazzi é jornalista investigativo com foco em política. É colunista da Rádio Itatiaia. Integrou o Núcleo de Jornalismo Investigativo da TV Globo e tem passagem pelo jornal O Tempo, onde cobriu o Congresso Nacional e comandou a coluna Minas na Esplanada, direto de Brasília. É autor do livro-reportagem “Brumadinho: a engenharia de um crime”.