A troca de farpas entre o governador Romeu Zema e o ministro de Minas e Energia começou nas redes sociais na tarde desta terça-feira (22) e continua rendendo. No twitter, no início da manhã, o governador citou o acidente com o ônibus dos torcedores do Corinthians, que deixou 7 mortos nas BR 381, para cobrar providências da União sobre as rodovias federais. Em resposta, Silveira tuitou que Zema estava politizando a tragédia.
Mudança de ringue
Em Brasília, durante agenda no Senado, o ministro complementou as críticas. “O que o governador vem fazendo, na verdade, é porque ele desceu do palanque de governador reeleito e subiu no palanque de candidato a presidente da República. E nós todos sabemos que quando você precipita uma eleição quatro anos, você prejudica o seu Estado, porque essa relação institucional é muito importante para Minas Gerais, em especial, Minas Gerais, que nos últimos cinco anos não cresceu”, disparou Silveira.
Prejudicial aos mineiros
Ainda segundo o ministro, Lula “deixou pra trás” a rivalidade das eleições, quando Zema apoio o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Na verdade, a posição do governador de Minas Gerais tem sido muito ruim do ponto de vista da relação institucional com o governo federal. E isso é prejudicial aos mineiros e mineiras. Por mais que o presidente Lula reitere cada vez mais de que todos os ministros devem trabalhar de forma superpartidária, sem reconhecer a coloração partidária, a posição na que, diga -se de passagem, é do governador do Zema, não foi elegante, foi mais do que isso, foi agressiva com relação ao presidente Lula, mas isso tudo ficou para trás”, afirmou.
“Desça do palanque”
Silveira afirmou ainda que a gestão de Zema deixa a desejar. “Se eu perguntar aos mineiros quais as alternativas econômicas de geração de emprego e renda que geraram oportunidades para o crescimento do estado, ninguém consegue responder. O anel rodoviário continua o mesmo, a 381 continua a mesma, as estradas estaduais estão em petição de miséria. Qualquer um que anda por Minas Gerais sabe que os investimentos foram muito aquém das necessidades de Minas. Portanto, o governador de Minas erra e eu continuo dizendo, como venho dizendo desde fevereiro, o governador deve descer do palanque. E assumir as suas responsabilidades como líder de Minas Gerais para que Minas avance no sentido da construção de um estado, que não seja só geopolíticamente importante, mas que seja e retome o protagonismo econômico, porque nós sabemos a importância disso para a vida real das pessoas”, completou.
Cenário catastrófico
Procurada pela Itatiaia, a assessoria do governador respondeu. Zema afirmou que está gerando empregos, consertando estradas e colocou as contas em dia. Sem citar o Partido dos Trabalhadores, Zema disse que reverteu o “cenário catastrófico”, deixado pelo ex-governador Fernando Pimentel (PT). “A única preocupação do governador Romeu Zema é defender os interesses de Minas para melhorar a vida dos mineiros. Estamos trabalhando para solucionar os problemas do Estado e já conseguimos reverter o cenário catastrófico em que Minas se encontrava quando essa gestão se iniciou. Alcançamos o equilíbrio fiscal, estamos fazendo investimentos recordes em saúde e educação e lançamos o maior programa de recuperação da malha rodoviária do Estado dos últimos dez anos. Tudo isso possibilitou a criação de mais de 740 mil empregos. O único empenho do governador Zema é seguir nesse caminho para concluir as entregas previstas até o fim do mandato e alcançar mais de um milhão de empregos gerados”, diz a nota.