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Destinação de apenas um ministério para Minas Gerais provoca críticas: “paulistério”, dispara deputado

Reginaldo Lopes (PT-MG) era cotado para o primeiro escalão, mas a pasta de Desenvolvimento Agrário, oferecida a ele, acabou ficando com Paulo Teixeira (PT-SP). Minas Gerais ficou com apenas uma pasta, o Ministério de Minas e Energia, que será chefiado por Alexandre Silveira (PSD).

Deputado federal Reginaldo Lopes

Convidado para o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Reginaldo Lopes (PT-MG), líder do partido na Câmara dos Deputados acabou ficando sem o comando da pasta que foi entregue à Paulo Teixeira (PT-SP), ligado à Gleise Hoffmann, presidente da sigla. Paulo comandaria o Ministério das Comunicações, mas a pasta será chefiada pelo União Brasil.

Em entrevista à Itatiaia, Reginaldo afirmou que a demanda da base era para que ele fosse Ministro da Educação, mas o escolhido foi Camilo Santana (PT), ex-governandor do Ceará. O desejo do deputado era a pasta do Planejamento. “Eu queria pensar o Brasil, ter uma agenda para o país, uma agenda de médio e de longo prazo para Brasil. Então o presidente até achou engraçado um político que ser governador, e eu quero ser governador do meu estado, ter disposição de ser e pensar o pais. E pensar uma atividade meio. Essa era minha disposição”, revelou. No entanto, o ministério ficou com a senadora Simone Tebet (MDB). No último sábado, o PT ofereceu a Reginaldo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, mas assim que o partido anunciou que o Ministério das Comunicações ficaria com o União Brasil, o petista Paulo Teixeira (SP) entrou na disputa e acabou levando a melhor.

Reginaldo negou que esteja insatisfeito com o fato de não ser ministro, já que o PT abriu espaço de “três ministérios para o MDB, três para PSD e três para o União Brasil”, mas criticou o fato de a vaga que poderia ser do PT mineiro ter ficado com São Paulo. “Então, acho que o partido ele sofre um pouco do paulistério também. Eu acho que houve uma priorização em relação aos paulistas do que em relação aos mineiros. Eu acho que teve ali uma combinação. De fato, o ministério que foi direcionado para o centrão foi o Ministério da Comunicação, não foi o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Então, nesse redesenho poderia deixar o ministério com um mineiro, mas acabou deixando com um paulista”, disparou o parlamentar.

O fato de Minas ter apenas um ministro também provocou insatisfação. O deputado lembrou que Minas foi o único Estado que deu vitória a Lula no Sudeste. “Eu acho que os mineiros ficaram pouco representados. Eu acho que tem que ter mais entregas para os mineiros, então acho que nós temos que ter entregas. Às vezes tem muita representação, não tem nenhuma entrega. Eu faço parte do time que quer entregar, então espero que eu posso ser essa voz aonde eu vou cobrar aquilo que foi contratado nas urnas dia 30 de outubro, aquilo que foi prometido, comprometido com os mineiros e as mineiras, do qual eu coordenei a campanha. Isso eu vou fazer parte deste time que vai reivindicar essas entregas para os mineiros e para as mineiras”, afirmou

Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.