As vespéras do início da COP 29, no Azerbaijão, o Brasil divulgou, nesta sexta-feira (6), a nova meta de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) - que é a quantidade de emissão de carbono na atmosfera - e os números desagradaram entidades ambientais.
Pelo novo cálculo, o Brasil planeja cortar as emissões de gases de efeito estufa de 59% a 67% em 2035, na comparação com os níveis de 2005.
O Observatório do Clima, rede de entidades ambientalistas da sociedade civil, divulgou uma nota afirmando que os números brasileiros estão desalinhados com a contribuição justa do Brasil para a estabilização do aquecimento global em 1,5º C.
Pela nova ambição do Brasil, as emissões brasileiras ficariam entre 1.050 milhões e 850 milhões de toneladas de gás carbônico em 2035.
Segundo a entidade, os diversos compromissos públicos adotados pelo governo e a promessa do Presidente da República de zerar o desmatamento no país, levariam a uma emissão líquida menor que 650 milhões de toneladas daqui 11 anos.
Ainda segundo o Observatório do Clima, foram omitidas informações cruciais para avaliar qual seria a ambição da nova NDC brasileira. De acordo com a entidade, o governo precisa responder:
“Como será tratado o desmatamento? Como será tratada a expansão dos combustíveis fósseis? Qual será a contribuição dos setores da economia para o atingimento das metas?”.
O Greenpeace classificou a posição do Brasil como “pouco ambiciosa e claramente ineficiente”, segundo Carolina Pasquali, diretora executiva no Brasil.