A queda do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, é uma questão de tempo. Menos de 24 horas após a divulgação das denúncias de assédio sexual recebidas pelo Organização Não Governamental Me Too a permanência do ministro no governo se mostra insustentável.
Silêncio de Anielle
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ainda não se posicionou sobre o caso. O silêncio de Anielle, que não confirma e nem desmente as denúncias, pode ser lido como um sinal de que os abusos relatados ao Me Too procedem. Caso contrário, o posicionamento seria de uma negativa oficial.
Ministério das Mulheres
Nesta sexta-feira (6), o Ministério das Mulheres divulgou nota oficial, afirmando que “qualquer tipo de violência e assédio contra a mulher é inadimíssivel”. "É preciso que toda denúncia seja investigada de forma célere, com rigor e perspectiva de gênero, dando o devido crédito à palavra das vítimas, e que os agressores sejam responsabilizados de forma exemplar’, diz a nota. “As denúncias de assédio envolvendo o ministro Silvio Almeida que vieram à tona nesta semana são graves e serão apuradas pela Comissão de Ética da Presidência da República, conforme informou o Palácio do Planalto’, continua o texto.
Post de Janja
A primeira-dama, Janja, postou uma foto, sem legenda, nos stories do instagram, beijando a testa de Anielle. A publicação, simbólica, foi vista como um sinal de apoio à ministra.
Saída honrosa
Como saída honrosa, a sugestão do governo deve ser que Silvio Almeida deixe o cargo enquanto a questão está sendo apurada. Desta forma, ele evita uma demissão ou afastamento por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que seria mais desgastante para imagem dele.
Crise
O governo tem feito várias reuniões para tratar do assunto no Palácio do Planalto, Anielle Franco e Silvio Almeida foram chamados pelo presidente. Do ponto de vista de gestão de crise, quanto mas rápido é o afastamento do problema, menor é o desgaste. Por esse motivo, o governo corre contra o tempo pra decidir o melhor formato para afastar Almeida. As denúncias de assédio contra o ministro estão entre os assuntos mais comentados no Brasil na internet.
Minizando impacto
Caso a saída seja anunciada ainda nesta sexta (6), o Planalto deve deixar o anúncio para o início da noite, o que diminui a possibilidade de repercussão, já que hoje Lula faz um pronunciamento em rede nacional sobre o 7 de setembro e amanhã (7) é dia de Desfile Militar em Brasília e protestos bolsonaristas em São Paulo. Ambas as agendas devem ocupar espaço de cobertura na imprensa e podem diminuir as repercussões da crise relacionada a Silvio Almeida.
