O milinário Elon Musk, dono do X, foi - de longe - a figura mais citada no ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que contribuiu para a internacionalização da manifestação. Tratado pelos bolsonaristas como um defensor da liberdade de expressão, o próprio Musk se pronunciou sobre o ato. O primeiro a lembrá-lo foi o deputado federal Edurdo Gayer (PL-RO). O parlamentar fez um discurso em inglês porque disse que Musk “estava olhando o que está acontecendo no Brasil”.
“Essa é uma mensagem para o mundo. Olhem o que está acontecendo no Brasil hoje. O que vocês estão vendo aqui são pessoas que amam a liberdade e lutam pela democracia. O que vocês veem aqui são pessoas livres que não desistem, que não se curvam a ditaduras. Que dão suas vidas pela liberdade e não vão desistir. Nós seremos a esperança do mundo”, disse Gayer em inglês. O pastor Silas Malafaia, o deputado federal Nikolas Ferreira e o próprio Bolsonaro também citaram o dono do.
antigo twitter.
O papel de Michele
A ex primeira-dama, Michele Bolsonaro, potencial candidata ao Senado ou até à presidência da República, fez o papel que tem cumprido nas manifestações e nos encontros do PL Mulher, que ela lidera. Michele dialoga com o eleitorado feminino, com a causa das pessoas com deficiência e com o público evangélico, puxando sempre uma oração, mesmo que o discurso seja breve.
Malafaia x Roberto Jefferson
O Pastor Silas Malafaia, da Igreja Assembleia de Deus, além de se apresentar como organizador oficial dos eventos, assume a posição do ataque. É ele quem fala tudo que Bolsonaro não deve falar. O líder religioso, em termos de discurso, cumpre o papel que cumpria o ex-deputado federal Roberto Jefferson, que acabou preso. Malafaia chamou Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), de “ditador”, “ameaça à democracia” e disse que ele “rasgou o artigo 5º da constituição”, que trata da liberdade de expressão. O pastor também virou a artilharia contra o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), possível candidato de Lula ao Governo de Minas. “Frouxo, covarde e envergonha o povo mineiro”, disse Malafaia, tecendo criticas iniciadas por apoiadores de Bolsonari desde quando Pacheco não levou adiante pedidos de impeachement contra ministros do STF.
Ruas, internet e testosterona
Nikolas Ferreira (PL-MG), o deputado mais votado do Brasil, fez seu chamado para juventude, disse que “a direita tem as ruas e a internet” e, claro, não saiu sem polêmica: falou que o Brasil precisa de mais “homem com testosterona”.
Recados de Bolsonaro
Bolsonaro fez um discurso calculado, mas cheio de recados. O ex-presidente afirmou que o sistema quer acabar o que Adélio Bispo, que o esfaqueou em 2018, começou. Na fala, Bolsonaro - que está inelegível - deu a entender que está sendo perseguido para ser retirado da disputa. Sem dizer expressamente algo sobre morte ou prisão, afirmou que “se algo de mal acontecer com ele”, que os apoiadores devem continuar lutando. “Só podem fazer maldade comigo na covardia”, complementou, reafirmando não ter cometido crimes. O presidente citou ainda os deputados mineiros Nikolas Ferreira (PL) e Bruno Engler (PL), pré-candidatos à PBH e ao Governo de Minas. E ao fazer comparações entre os ministros dele e de Lula, elogiou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e a senadora Tereza Cristina (Progressistas-MS) e criticou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG).
Minuta do Golpe
Reforçando o quer havia dito Malafaia, Bolsonaro reafirmou não existir minuta de golpe. Segundo ele, o que houve foi uma proposta de “estado de sítio” e “Garantia da Lei e da Ordem (GLO)”, mas tudo dentro da lei. Para Malafaia, minuta de golpe foi uma invenção da imprensa.